O JP Morgan Chase e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos chegaram a um acordo de princípio pelo qual o poderoso banco vai pagar uma multa de 13.000 milhões de dólares (9.500 milhões de euros), devido à venda de ativos imobiliários tóxicos.
Segundo a agência Lusa, o Wall Street Journal já tinha anunciado nesta sexta-feira o pagamento pelo JP Morgan de 4.000 milhões de dólares (2.900 milhões de euros), no âmbito de um acordo relativo à venda de ativos imobiliários sobrevalorizados às empresas estatais norte-americanas Fannie Mae e Freddie Mac. Este pagamento será apenas parte do acordo do banco com as autoridades dos EUA.
A multa ao JP Morgan não isenta o banco de encargos criminais pela venda de produtos financeiros tóxicos sustentados por hipotecas sobrevalorizadas e que provocaram o estouro da bolha imobiliária e a crise financeira de 2008.
O banco está a enfrentar diversos processos judiciais e devido aos custos com estes processos registou perdas no terceiro trimestre deste ano no montante de 9.000 milhões de dólares.
Entre os processos contra o JP Morgan estão ainda em investigação um processo por manipulação dos preços da eletricidade na Califórnia e em vários estados norte-americanos do Midwest. Também em investigação as possíveis práticas de suborno em contratações do banco na China.
Um dos bancos que mais ganhou com os swaps
Em Portugal, o JP Morgan foi um dos bancos que mais ganhou com os swaps das empresas públicas, mais de 300 milhões de euros. Os grandes bancos internacionais, nomeadamente o JP Morgan, ganharam em média 15 milhões de euros por cada swap vendido a uma empresa pública portuguesa. (ver artigo no esquerda.net: Quanto ganharam os bancos com os swaps?)
A atual ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, não só pagou ao JP Morgan para cancelar swaps problemáticos, como "deu um prémio à JP Morgan, entregando a privatização dos CTT a um banco de investimentos que se tem especializado em ganhar dinheiro com o Estado português"´, conforme acusou Ana Drago em junho passado na Assembleia da República. (ver artigo no esquerda.net Swaps: Acordo com a banca volta a ser ruinoso para os cidadãos)
Para o JP Morgan as constituições antifascistas da periferia do Euro são um empecilho
Em maio passado, um relatório do JP Morgan diz que as constituições da periferia do euro, com o seu “forte cariz socialista”, são um empecilho à resolução da crise económica e financeira que assola a Europa.
O JP Morgan cita mesmo Portugal como exemplo dos entraves constitucionais ao ajustamento orçamental e económico defendido pela Comissão Europeia, pelo FMI e pelo Governo. “Os países da periferia têm sido parcialmente bem sucedidos na sua agenda de reformas orçamentais e económicas, com os governos a serem constrangidos pela constituição (Portugal), regiões poderosas (Espanha), e o crescimento de partidos populistas (Itália e Espanha)”, defende o JP Morgan. (ver artigo no esquerda.net Constituições antifascistas da periferia do Euro são um empecilho, diz JP Morgan)