O conselho de ministros italiano aprovou esta terça-feira um plano de austeridade que prevê cortes de 24 mil milhões de euros entre 2011 e 2013. O plano ainda vai ser detalhado, mas já se sabe que dele consta o congelamento dos salários dos funcionários públicos a partir deste ano, até 2013.
Para Gianni Letta, subsecretário da Presidência do Conselho de Ministros, os italianos terão de fazer "duros sacrifícios para evitar terminar como a Grécia". A economia da Itália, terceira da zona do euro, é quase sete vezes maior do que a da Grécia.
A idade da reforma deverá passar dos actuais 60 anos para os 65, em 2016. Serão endurecidos os requisitos para o acesso a pensões por invalidez e serão reforçados os controlos aos requerentes.
No âmbito empresarial, o plano prevê o aumento de impostos sobre as chamadas stock options e um corte de entre 5% e 10% nos salários superiores a 90 mil e 130 mil euros.
Grande parte do peso do plano de ajuste recairá nas regiões, que deverão assumir cortes no valor de 10 mil milhões de euros entre 2011 e 2012.
O secretário-geral da central sindical CGIL, Guiglielmo Epifani, lamentou que o maior "sacrifício sempre seja pedido aos funcionários públicos e privados" e ressaltou que, no plano do governo, não há nenhuma medida para apoiar "os investimentos".
"É um programa que não mantém um princípio de equidade", disse o sindicalista, que afirmou que esperará até amanhã para tomar qualquer decisão sobre a possível convocação de uma greve geral em protesto ao plano, após avaliar detalhadamente as medidas.
O défice público italiano foi de 5,3% do PIB em 2009, mas a dívida pública do país representa 115,8% do PIB. Com as medidas, o governo espera reduzir o défice público para 2,7% do PIB em 2012.