Iraque: milhares protestam, EUA voltam a lançar ataque

04 de janeiro 2020 - 13:20

Milhares de pessoas participaram no funeral do general iraniano Qassem Soleimani em Bagdade e gritaram "morte à América". Os EUA voltaram a atacar e a matar membros de milícias pró-Irão.

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Funeral de Qassem Soleimani e dos mortos no ataque dos EUA, 4 de janeiro de 2020 – Foto de Murtaja Lateef/Epa/Lusa
Funeral de Qassem Soleimani e dos mortos no ataque dos EUA, 4 de janeiro de 2020 – Foto de Murtaja Lateef/Epa/Lusa

No funeral do general Qassem Soleimani participaram muitos milhares de iraquianos, este sábado em Bagdade, incluindo o atual primeiro-ministro do Iraque. O grito “morte à América” foi uma constante no ato.

De Bagdad, o funeral seguirá em cortejo automóvel para Kerbala e Najaf. O corpo do general seguirá depois para Teerão, capital do Irão.

Outro ataque dos EUA

Entretanto, os Estados Unidos lançaram um ataque aéreo contra dois veículos das milícias iraquianas apoiadas pelo Irão, Hashed al-Shaabi, Forças de Mobilização Popular do Iraque. O ataque provocou a morte de seis pessoas e três pessoas ficaram feridas com gravidade.

Este foi o segundo ataque dos EUA, depois de um drone norte-americano ter morto o general iraniano Qassem Soleimani, comandante da força Guardiães da Revolução iranianos, Al-Qods. Este ataque matou também o número dois dessa força, Abu Mehdi al-Muhandis, e mais seis pessoas.

Os Estados Unidos anunciaram também o envio de mais 3.000 militares para o Médio Oriente. Os norte-americanos já tinham enviado mais 700 militares, no início desta semana.

Rohani diz que EUA “são muito mais odiados” no Irão e no Iraque

O Presidente da República do Irão, Hassan Rohani, disse que os Estados Unidos vão sofrer as consequências do assassinato de Soleimani “não apenas hoje, mas ao longo dos próximos anos”.

Segundo a Lusa, Rohani disse também: “Os norte-americanos não perceberam o grande erro que cometeram (…). Sem dúvida, os Estados Unidos são muito mais odiados hoje (do que antes) entre o povo do Irão e do Iraque”.

Em comunicado, Rohani afirmou ainda que “a vingança do sangue do mártir Soleimani ocorrerá no dia em que virmos que, com a continuidade da luta, será cortada para sempre a mão maligna dos EUA na região”.