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Irão anuncia que não vai cumprir o acordo nuclear

Em 2018, os Estados Unidos decidiram, unilateralmente, sair do acordo assinado em 2015. Um ano após esta saída, o Irão deu um prazo de 60 dias para que os restantes signatários protegessem o país das sanções aplicadas por Washington, que terminou este domingo.

Assim, o Irão anunciou que vai ultrapassar o limite para o enriquecimento de urânio que foi definido no acordo de 2015. Abbas Araghchi, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, disse, de acordo com a BBC, que o país tentou cumprir o acordo, mas que os países europeus falharam nos compromissos estabelecidos.

Em 2015, o Irão assinou um acordo nuclear de longa duração com o P5+1, um grupo de potências mundiais (Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha). Nesse acordo, ficava definido que o país iria limitar as suas atividades nucleares – como o enriquecimento de urânio –, sendo ainda permitido que os inspetores internacionais pudessem fiscalizar os processos de produção de energia nuclear. Caso contrarário, haveria sanções económicas.

Em 2018, os Estados Unidos decidiram, unilateralmente, sair do acordo. Desde agosto do mesmo ano, o país voltou a impor sanções ao Irão. As consequências foram sentidas de imediato, com empresas estrangeiras a deixar o país e criando-se uma forte recessão económica.

Oito países foram proibidos de importar petróleo iraniano. A imposição dos Estados Unidos pretendia reduzir as exportações a zero, privando Teerão da sua principal fonte de receitas.
Tendo o Irão dado um prazo de 60 dias para que os restantes signatários protegessem o país destas sanções, e tendo esse prazo terminado, Araghchi afirmou numa conferência de imprensa que o Irão começará a enriquecer urânio acima da concentração de 3,67%, dentro de poucas horas, e que este será usado como combustível na central nuclear de Bushehr, no Sul do país.

No acordo firmado, tinha ficado estabelecido que o Irão só podia produzir urânio pouco enriquecido, com uma concentração até 3,67% de U-235. Esse valor só iria permitir gerar electricidade numa central nuclear.

Em junho deste ano, Donald Trump afirmou que cancelou à última hora um ataque norte-americano contra o Irão como retaliação pelo abate de um drone. Afirmou-se disposto a negociar com a republica islâmica, mas manteve uma linguagem agressiva, afirmando que, caso houvesse uma guerra, iria “causar uma destruição nunca antes vista”.

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