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Inquérito racista retirado de escolas de Lisboa e Porto após protestos

Questionário autorizado pela Direção Geral de Educação já foi alvo de várias queixas junto do Alto-Comissariado para as Migrações (ACM) e da Comissão para Igualdade e Contra a Discriminação Racial.
Foto de Mário Cruz, agência Lusa.

A edição desta terça-feira do Jornal de Notícias informa que um inquérito no qual era questionada a origem dos pais (se são portugueses, ciganos, africanos ou brasileiros) foi entregue esta segunda-feira em pelo menos duas escolas do 1.º ciclo do Porto e de Lisboa.

Na sequência da divulgação do inquérito, foram feitas várias denúncias ao Alto-Comissariado para as Migrações (ACM), na Comissão para Igualdade e Contra a Discriminação Racial e também junto da secretária de Estado da Cidadania e Igualdade, prendendo-se com o facto de não ser possível responder-se “português” e “africano” ou “cigano”. Escolhida uma “categoria” todas as restantes ficavam imediatamente excluídas.

Em declarações à agência Lusa, o diretor-geral da Educação, José Vítor Pedroso, afirmou que já foram mandados retirar os inquéritos, acrescentando que vai agora ser “verificado o que correu mal”. Uma vez que a DGE autorizou a divulgação deste inquérito.

“Só tive conhecimento ontem à noite. Ainda não tive de tempo de perceber o que aconteceu, porque não aplicaram o questionário que foi aprovado, mas sim o original, eventualmente”, precisou.

O estudo foi organizado pela CLOO, uma empresa de consultadoria em economia comportamental e coordenado pela investigadora Diana Orghian tem por objetivo “melhorar os métodos educativos em Portugal” e refere que é feito em parceria com a Fundação Belmiro Azevedo, que, entretanto, já comunicou publicamente a sua saída do projeto. 

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