Catarina Martins reagiu na manhã desta sexta-feira às manchetes de vários dos principais jornais portugueses sobre a execução da despesa na saúde, a recusa do governo de baixar o IVA da energia e de implementar um imposto sobre lucros extraordinários das empresas.
É precisamente com este assunto que a coordenadora do Bloco abre a sua sequência de publicações no Twitter dizendo que “a confirmar-se a manchete do Público, o governo português recusa um imposto sobre lucros excessivos. Mesmo depois dos apelos no próprio PS, do apelo de Guterres e do exemplo de outros países”. Faz ainda questão de lembrar sobre isto que os lucros da Galp subiram 153% só no último semestre.
A propósito das outras três manchetes de jornal que marcam a atualidade, a porta-voz partidária diz que “confirmam o que já sabíamos: o preço do gás triplicou e nada foi feito até agora, o governo só não desceu o IVA da energia porque não quis, o investimento no SNS tem vindo sempre a cair e o governo nem cumpriu o que estava previsto”.
A dirigente bloquista conclui que estas quatro notícias “dão conta do que o governo não faz”. Para ela, “o que é demais é demais e esta inação é uma escolha. Uma escolha que ataca quem vive do seu trabalho, enquanto protege os grandes interesses económicos que estão a ganhar com a crise. Na inflação como na saúde”, conclui.
Recorde-se que o jornal Público desta sexta-feira destaca que o “governo recusa avançar com imposto lucros extraordinários das empresas”, avançando, sobre as medidas de “apoio às famílias” anunciadas para a próximo” que “a ideia da “windfall tax”, que nunca teve muita popularidade junto do primeiro-ministro, foi abandonada”.
O jornal cita fontes do governo e acrescenta que “o afastamento da tributação dos lucros “caídos do céu” vai em contramão com o que está a acontecer em outros países da Europa e o modelo que Joe Biden defende” e que “o ministro da Economia, António Costa Silva, defendeu durante o debate do Orçamento do Estado a criação de uma taxa deste género – para depois recuar no dia seguinte”.
Já o Diário de Notícias dá conta que Portugal “como qualquer outro Estado-membro da União Europeia, pode baixar o IVA do gás e da luz para a taxa mínima sem ter de pedir autorização a Bruxelas” de acordo com uma diretiva comunitária alterada em abril.
A manchete do Expresso mostra, por sua vez, que o “investimento público no SNS está a cair 33%” relativamente ao ano anterior “não obstante o orçamento para 2022 ser 2,5 vezes superior ao montante investido nesta área em 2021”. Os dados apresentados pelo jornal são provenientes da Direção-Geral do Orçamento e foram divulgados há uma semana. Com eles ficamos a saber que até julho só foram investidos no SNS 68,5 milhões de euros em comparação com os 102 milhões do ano anterior, uma média inferior a dez milhões de euros por mês.
O Expresso indica ainda que “seria necessário multiplicar por mais de dez o atual ritmo de investimento do SNS para utentes e profissionais de saúde beneficiarem destas verbas todas antes de o ano acabar”.