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Imprensa regional queixa-se dos atrasos dos CTT na distribuição de jornais

Em audição parlamentar sobre a revisão do contrato de serviço postal universal, os representantes da imprensa regional alertam que os atrasos sistemáticos dos Correios já levaram a uma quebra acentuada de assinantes.
Foto esquerda.net

Em audição parlamentar sobre a revisão do contrato de serviço postal universal de correios, a Associação Portuguesa de Imprensa e a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã consideraram que a experiência dos últimos anos “tem sido péssima”, e alerta que, se a tabela de custos não for acautelada, a partir de 1 de janeiro “vários jornais regionais” deixam de ter condições para continuar em atividade.

Para os órgãos de comunicação social regionais e locais, “as publicações são expedidas e demoram depois quatro, cinco ou seis dias a chegar ao destinatário”. Existem mesmo “casos de quinzenários que demoram quinze dias a chegar ao local de destino”.

Em causa está o contrato de distribuição de jornais e publicações periódicas, que integra o contrato de serviço postal universal dos CTT, estabelecido com o Estado após a sua privatização, e que termina a 1 de janeiro de 2021, estando agora em processo de revisão.

“Os correios, presentemente, não têm interesse em distribuir imprensa regional porque não dá dinheiro. Esta é que é a realidade”. Por isso, consideram as associações representativas que um novo contrato de concessão “deve acautelar o cumprimento dos prazos”.

Os problemas de expedição são de tal ordem que “temos jornais que anteciparam a sua data de saída para a impressão”, de forma a poder chegar ao leitor na data esperada, “apesar de ele ter mais 24 horas em cima do que tinha anteriormente”.

Isto tem consequências, desde logo “na credibilidade dos jornais, porque o leitor não entende como é que um jornal não chega a um assinante e chega a outro”. Além disso, “se está a receber com atraso, o assinante julga legitimamente que o atraso é do jornal e não dos correios”. Como resultado, assiste-se a “uma quebra acentuada de assinaturas” uma vez que, recebendo os jornais sistematicamente fora de tempo, a confiança entre o leitor e os jornais está quebrada.

“Alertámos há já muito tempo o Secretário de Estado [Nuno Artur Silva] para os problemas que têm de ser resolvidos no contrato de concessão” dos CTT.

“A partir de 1 de janeiro, se não for acautelada a tabela dos custos que neste momento existe, além da forma de pagamento, vai levar a que os jornais tenham de pagar muito mais por cada jornal expedido. E a descapitalização das empresas de comunicação regional é tão grave que este aumento de preços irá ditar o fim destes OCS”.

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