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“Igualdade nunca será igualdade enquanto for tratada como adereço”

Marisa Matias assinalou o aniversário da aprovação da lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo, propôs uma lei-quadro contra a discriminação e diz que o “exemplo tem que vir do cargo mais alto da nação”.
Marisa Matias juntou alguns ativistas dos direitos LGBT+ em frente ao Parlamento esta sexta-feira.
Marisa Matias juntou alguns ativistas dos direitos LGBT+ em frente ao Parlamento esta sexta-feira. Foto de Ana Mendes.

Onze anos depois da aprovação da lei que permitiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo, Marisa Matias recordou esta data como “um dia muito importante nas lutas pela igualdade” e como um “dia de resistência”, que ganha maior importância numa altura em que “não só em Portugal mas um pouco por toda a Europa, assistimos os recuos e as ameaças a essa liberdade”.

Marisa Matias percorreu esta sexta-feira vários locais da cidade de Lisboa, tendo começado no Liceu Camões, onde esteve com estudantes que se organizam “para promover atividades no sentido de sensibilizar e a combater a discriminação e fazem um trabalho incrível, que é preciso fazer em toda a sociedade, de reconhecimento não apenas em relação às pessoas com uma orientação sexual diferente da normativa mas também pelas questões relacionadas com a identidade de género”.

Depois, no Cinema São Jorge, esteve com artistas “que sentem na pele os retrocessos que estamos a viver e que são atores fundamentais neste combate pela igualdade”, salientando que nesta altura de pandemia “acumulam não só esses retrocessos como também a condição de precariedade laboral em que se encontram”.

O périplo desta manhã terminou em frente à Assembleia da República, local onde há precisamente onze anos a lei foi aprovada. Marisa sublinhou ser “muito importante não deixarmos esquecer as conquistas porque elas são necessárias para continuarmos a fazer a resistência e lutarmos contra todos os retrocessos que têm aparecido na sociedade portuguesa”.

Para a candidata presidencial, é preciso uma lei-quadro anti discriminação “que assuma na sua plenitude as dimensões de orientação sexual e da identidade de género”, fundamental para “que se cumpram todos os direitos em todos os domínios da sociedade portuguesa”. Marisa lembrou que ainda não tivemos em Portugal uma agenda para a igualdade no centro do exercício da função presidencial - “com Marcelo Rebelo de Sousa não a tivemos seguramente” - pelo que é preciso fazer esse trabalho de proteger “umas das dimensões fundamentais e centrais da Constituição portuguesa”.

Marisa defendeu assim a inclusão da agenda para a igualdade no exercício das função presidencial “porque estamos a assistir a retrocessos não apenas neste domínio mas também em termos de igualdade entre homens e mulheres e o exemplo tem que vir do cargo mais alto da nação”, acrescentando que respeitar esse direito é um dever e que “a igualdade nunca será igualdade neste país enquanto for tratada como adereço e não no centro de todas as políticas”.

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