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Honduras: dois manifestantes mortos pela repressão das manifestações contra presidente

Juan Orlando Hernández, Presidente das Honduras, está a sofrer forte contestação de milhares de manifestantes. Na quinta-feira mandou as forças armadas investir contra estes. São conhecidos até ao momento 17 baleados e dois mortos. A polícia anti-motim deixou de lhe obedecer pois exige aumentos.
Manifestação nas Honduras. Foto de twitter.

JOH, o narco-ditador. Esta é a acusação de milhares de manifestantes nas ruas das Honduras.

Juan Orlando Hernández, conhecido como JOH, tentou privatizar os setores da educação e da saúde e não tardou a enfrentar a ira popular. Retirou as propostas mas a contestação não diminui. Tentou também aumentar taxas de transportes gerando protestos dos camionistas que levaram à falta de combustíveis. Depois, ao início desta quinta-feira, anunciou que chegou a acordo com este setor. Mas nem por isso os protestos pararam.

Os manifestantes acusam-no de corrupção e de tráfico de droga. O irmão de JOH, Juan Antonio Hernández, está acusado nos Estados Unidos por tráfico de cocaína em grande escala. E é público que o DEA norte-americano também investigou o próprio presidente pelo mesmo crime.

O movimento de contestação tem crescido desde abril. Na capital Tegucigalpa e em várias outras cidades havia na quarta-feira barricadas. Nesta quinta-feira, o presidente hondurenho mandou as forças armadas investirem contra as manifestações e os bloqueios de estradas. O resultado foram, ao que é conhecido até ao momento, 17 feridos com balas e dois mortos.

Para agravar a situação de Hernández, a polícia anti-motim desobedeceu-lhe tendo batido em retirada para os quartéis no meio dos confrontos. Exigem, também eles, melhores salários.

JOH é um dos aliados preferidos de Trump na região. Não deixa de ser por isso tristemente irónico que seja a violência e a penúria das Honduras que tenha engrossado fortemente as fileiras das caravanas de refugiados que tanta irritação causam ao Presidente dos EUA.

Juan Orlando teve de recuar no seu plano neoliberal radical de privatizações que atacava a saúde e educação públicas e iria causar despedimentos massivos nestes setores. Mas mantém-se no poder. E essa é agora a questão para os manifestantes uma vez que Hernández também é acusado de ter alterado as regras eleitorais em 2017 de forma a poder recandidatar-se numas eleições criticadas como fraudulentas por observadores internacionais.

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