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Hirak volta às ruas da Argélia
As manifestações continuam proibidas na Argélia por motivos sanitários. Mas milhares de pessoas não aguentaram e, depois do período das orações de sexta-feira, saíram às ruas de várias cidades do país. As convocatórias, feitas nas redes sociais, apelavam ao uso de máscara e cumprimento de medidas de distanciamento.
Foi a terceira vez esta semana que houve manifestações numerosas. Na segunda-feira, o aniversário do início do movimento de contestação argelino a que se chamou Hirak levou multidões às ruas. Na terça-feira, foi a vez do protesto estudantil.
Em meados de fevereiro de 2019, nascera um poderoso movimento pela democratização do país. O motivo imediato foi o anúncio da recandidatura do então presidente Bouteflika para um quinto mandato. A dimensão do protestou levou o presidente a sair de cena, juntou com alguns do seu círculo mais restrito, mas o poder não mudou essencialmente de mãos e a sonhada democratização continuou por realizar. Assim, as manifestações continuaram. Até pararem por motivos sanitários com a chegada da pandemia.
Esta sexta-feira, Argel voltou a ser a capital do Hirak. Ao início da tarde, cortejos provenientes dos diferentes bairros populares convergiram para o centro da cidade. Depararam-se com as barreiras policiais no seu caminho. Quando um grupo tentou ultrapassá-las para chegar à praça da Estação Central dos Correios, um dos lugares tradicionais destas manifestações, a polícia responde com bastonadas e gás lacrimogéneo.
Para além disso, houve detenções em várias das manifestações de outras cidades. Segundo o Comité Nacional pela Libertação dos Detidos, um deles foi Kaddour Chouicha, um conhecido militante dos direitos humanos, detido em Oran.
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