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Greves de professores por distrito terminam esta quarta no Porto em crescendo

A semana começou com 98% de adesão em Vila Real e esta terça-feira o número repetiu-se em Viseu. A ronda distrital termina na quarta-feira enquanto professores de todo o país se preparam para a manifestação em Lisboa no próximo sábado.
Professores em protesto em Viseu. Foto de Paulo Novais/Lusa.
Professores em protesto em Viseu. Foto de Paulo Novais/Lusa.

Depois de na segunda-feira 98% dos professores de Vila Real terem feito greve, esta terça-feira exatamente o mesmo nível de adesão foi alcançando em Viseu, a penúltima etapa da greve rotativa por distritos convocada por nove sindicatos de docentes.

Para Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional de Professores, isto mostra que luta cresce “a cada dia que passa”. O que acontece porque “o Governo não está a apresentar qualquer tipo de proposta que possa permitir que a greve seja levantada ou que a greve alivie”. Os sindicatos consideram que “em relação a alguns aspetos, há uma completa insuficiência das medidas” e, “em relação a outros, há uma completa ausência de medidas” por parte do Ministério da Educação.

Exige-se “respeito pelos professores”, o que se concretizaria pelo menos num regime de concursos “que resolva os problemas de instabilidade” e na contagem do tempo de serviço.

Em comunicado, o secretariado da Fenprof reforça esta mensagem afirmando que a estrutura sindical não vai assinar nem o acordo global nem os parcelares que foram propostos pelo Governo. Para a federação, “inviabilizam qualquer acordo sobre os concursos” pelomenos os seguintes aspetos: “a existência de ultrapassagens na vinculação, que decorrem da ausência de concursos de vinculação extraordinários ou de outros que respeitem a graduação que, ao mesmo tempo que resolvem a precariedade, garantem a aplicação de critérios de justiça no acesso a emprego público; a criação de conselhos locais de diretores para distribuírem serviço dentro dos novos Quadros de Zona Pedagógica; o aumento, de seis para oito, do número de horas que determina ausência de tempos letivos; o completamento de horários dentro dos Quadros de Zona Pedagógica, tratando-os como hiper-agrupamentos, por decisão dos conselhos locais de diretores; a manutenção das ultrapassagens na mobilidade interna, ao ser mantida a situação de QZP à frente de Quadros de Agrupamento e de Escola em aproximação à residência”.

Para além da contagem integral do tempo de serviço, considera-se “indispensável” para qualquer acordo o “fim das vagas e quotas, a regularização dos horários de trabalho, a alteração das regras de aposentação, a revisão do regime de mobilidade por doença, a contratação como docentes dos técnicos especializados que exercem funções docentes entre outras questões”.

Greve por distritos termina na quarta-feira no Porto, sábado há manifestação nacional

Desde 16 de janeiro que as greves organizadas pela frente de sindicatos de professores têm percorrido o país de norte a sul. Depois de ter começado em Lisboa e a partir daí seguido a ordem alfabética, esta etapa da luta dos docentes termina na quarta-feira no Porto. Um dia que começará com um cordão humano que às 8 horas vai ligar a Escola Secundária de Gondomar e o Agrupamento de Escolas Júlio Dinis e uma concentração à porta da escola-sede do Agrupamento de Escolas de Canelas. Às 11 horas, uma manifestação na Avenida dos Aliados será o ponto alto. Ao Porto Canal, Maria José Silva, dirigente sindical do Sindicato dos Professores do Norte, diz que espera uma “adesão em massa”.

Entretanto, os sindicatos continuam a mobilizar-se para a manifestação nacional “Defender a profissão de professor” deste sábado, às 15 horas, com encontro na Praça Marquês do Pombal, em Lisboa. Os sindicatos disponibilizam inscrições online aqui para os autocarros que virão de todo o país.

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