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Grécia: intervenção externa sem precedentes

A edição desta segunda-feira do Financial Times revela que os líderes europeus estão a negociar um novo empréstimo à Grécia, que se encontra de novo à beira de ter de suspender o pagamento da sua dívida soberana. Um ano depois do empréstimo de 110 mil milhões de euros e da imposição de uma selvática política de austeridade, a crise grega está hoje pior. A contrapartida para o novo empréstimo, diz o jornal britânico, seria uma “intervenção externa sem precedentes”: as privatizações seriam controladas por uma agência internacional, e a colecta de impostos seria também feita por entidades estrangeiras.
Argumento é que Estado grego “não está a funcionar”
A proposta de criar uma agência internacional para pôr em prática o plano de privatizações da Grécia, que pode envolver algo em torno de 50 mil milhões de euros, tem vindo a ser defendida pela Holanda, sob o argumento, diz o Financial Times, de que o Estado grego “não está a funcionar” e por isso não teria capacidade para gerir as privatizações.
Segundo o jornal britânico, Atenas tem necessidade de um novo financiamento de 60 a 70 mil milhões de euros, dos quais 30 a 35 mil milhões teriam de ser dinheiro fresco, sendo a outra parte conseguida por privatizações e pelo reescalonamento voluntário de dívidas, feito por iniciativa voluntária dos credores.
Recorde-se que passado um ano do primeiro plano de resgate, a chamada pressão dos mercados sobre a dívida soberana grega não baixou, como fora previsto então. Os juros dos títulos da dívida nos mercados secundários são de 25%, tendo mesmo tocado no máximo de 26% na última sexta-feira.
O Financial Times diz ainda que o Banco Central europeu continua firmemente contrário à reestruturação da dívida grega – defendida por muitos economistas, como o Prémio Nobel Paul Krugman ou o economista-chefe do Deutsche Bank, Thomas Mayer.
Irlanda também precisa de novo empréstimo?
Segundo o Financial Times Deutschland, políticos irlandeses começaram a discutir uma ajuda adicional, considerando “muito improvável” que o país consiga voltar a financiar-se nos mercados em 2012, como está previsto no plano de resgate. Seria assim necessário um prolongamento do actual plano de resgate ou a elaboração de um outro, semelhante ao que está em curso na Grécia.
Comentários
Será preciso ainda mais para
Será preciso ainda mais para que os admiradores da troika finalmente compreendam? Não se esqueçam que, primeiro, engorda-se o porco, para depois o matar. E a propósito, já não nos chamam “Pig”, assim como à Grécia?
O BE que aborde este tema: o
O BE que aborde este tema: o estrangular da produção nacional pelo oligopólio da distribuição dos grupos SONAE e JERÓNIMO MARTINS.
Estão a pagar aos agricultores preços iguais aos que pagavam há 10 anos. E vendem depois produtos de Espanha e Marrocos apesar de recebem subsídios por apoio à produção nacional. Os agricultors estão a financiar estes predadores na esperança de poderem subsistir. Grande número deles já encerrou as portas, com grave dano para a produção e o emprego.
Um exemplo: em cada fatura sacam 20% de rappel (desconto por perda de produtos) e, nos impostos, descontam 30% paraa mesma perda.Quando abrem um supermercado, descontam uma percentagem na faturação que referem como sendo " reacção" (?!) ao shopping, e outra percentagem para promoção.
A AUTORIDADE DA CONCORRÊNCIA e o Governo nada fazem.
Mais do que a TROIKA, estes predadores são o grande drama nacional.
É um tema demasiado grave para ser ignorado pelo BE.
O que você escreve é
O que você escreve é simplesmente escandaloso! De facto alguém tem que pôr os inúteis da concorrência a trabalhar. Eu próprio quiz iniciar um negócio de distribuição de um produto, mas os principais industriais tinham acordos de exclusividade com outros grandes distribuidores! É o crime de abuso de posição priveligiada de mercado.
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