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Governo quer flexibilizar mercado de trabalho
Se, emJunho, o primeiro-ministro, no final do conselho europeu em Bruxelas, afirmava que a reforma do código laboral feita pela Governo era suficiente e que não iria promover novas alterações nas relações laborais, agora o discurso altera-se.
No final da sessão de encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2011, o ministro das finanças, Teixeira dos Santos, defendeu que é necessário aprofundar reformas no mercado de trabalho. Entretanto, José Sócrates já lançou aquela que anuncia ser uma agenda para o crescimento económico e para o emprego e que passará pela flexibilização do mercado de trabalho.
Para a próxima semana, já foram agendadas algumas reuniões para discussão desta matéria com os parceiros sociais, sendo a primeira com as maiores empresas exportadoras, entre as quais a Petróleos de Portugal Petrogal, Autoeuropa, Soporcel, Continental Mabor, Bosch Car Multimédia Portugal, Somincor, Peugeot-Citroen Portugal, Repsol, Companhia Aveirense de Componentes Industriais de Automóveis (CACIA), Amorim e Irmãos, Efacec e BA Vidro.
O primeiro-ministro vem assim ceder às exigências dos grandes empresários e das organizações internacionais.
Coordenador do Bloco fala em “ganância organizada”
O coordenador do Bloco, afirmou, durante um almoço em Coimbra, que a flexibilização do mercado de trabalho resulta da “ganância organizada” dos grandes interesses económicos.
O governo cede, segundo Francisco Louçã, às pressões do FMI, e apresenta como solução para a crise do emprego, para a crise económica, crise de confiança e crise financeira, a flexibilização do mercado de trabalho. O que está verdadeiramente em causa é a diminuição do valor das indemnizações de quem é despedido sem justa causa e facilitar os processos de despedimento.
O coordenador do Bloco afirmou que a política do FMI – “aquela que Pedro Passos Coelho aplaude” e “com quem entretanto já governa no seu acordo para este orçamento de miséria e desemprego” vai agravar a pobreza, as injustiças e o desemprego.
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