Governo liberal do Canadá vai taxar os ricos para construir habitação

17 de abril 2024 - 12:27

O executivo de Justin Trudeau quer construir quase quatro milhões de casas até 2031. A ministra das Finanças diz que “hoje, um carpinteiro ou uma enfermeira podem pagar impostos numa percentagem ligeiramente mais elevada do que um multimilionário”, o que “tem de mudar”.

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Habitat 67 em Montreal. Foto de chrisinphilly5448/Flickr.
Habitat 67 em Montreal. Foto de chrisinphilly5448/Flickr.

O Governo do Canadá, liderado por Justin Trudeau do Partido Liberal, anunciou um aumento de impostos sobre as pessoas mais ricas para financiar um programa de habitação que se espera venha a construir 3,87 milhões de casas até 2031.

Está previsto no orçamento um gasto de 5,79 mil milhões de euros em novas despesas com habitação e um aumento dos impostos sobre as mais-valias pagas pelos ricos e pelas empresas que vai arrecadar um montante estimado em 12,93 mil milhões de euros em novas receitas. No atual regime, só 50% das mais-valias são tributáveis, este valor passará para dois terços sobre ganhos de capital superiores a 250.000 dólares por ano para indivíduos e sobre todos os ganhos de capital realizados por empresas. Está ainda previsto um aumento de impostos sobre o consumo de cigarros e produtos de vaporização.

Coube à ministra das Finanças, Madi Chrystia Freeland, apresentar o programa habitacional que implica “um ritmo e uma escala não vistos desde o pós-Segunda Guerra Mundial” e a utilização de terrenos públicos e gabinetes federais para habitação, para além do aumento de impostos sobre propriedades vagas e ajudar organizações sem fins lucrativos a adquirir casas para arrendar a preços acessíveis, pode ler-se na CBC.

A governante sublinha que “hoje, um carpinteiro ou uma enfermeira podem pagar impostos numa percentagem ligeiramente mais elevada do que um multimilionário. Isto não é justo. Isto tem de mudar, e vai mudar”. Para ela, “os mais ricos” têm de “pagar a sua quota-parte”.

A mensagem é sobretudo dirigida aos jovens “especialmente os Millenials e a Geração Z” porque “parece que o seu trabalho árduo não está a compensar” e estes “não beneficiam das mesmas condições que os seus pais e avós”.