Há dois dias foi anunciado que o Ministério da Administração Interna (MAI) tinha autorizado a PSP a comprar material, nomeadamente seis carros blindados anti-motim norte-americanos, para ser usado na segurança da próxima cimeira da NATO, que se realiza em Lisboa a 19 e 20 de Novembro.
Esse material será adquirido por ajuste directo, sem concurso público, e que os cinco milhões necessários para essas compras provirão de dinheiro não gasto pelo Governo Civil de Lisboa em 2009.
Duas associações de profissionais da GNR -a ANOG (Associação Nacional de Oficiais da Guarda) e a APG (Associação de Profissionais da Guarda) – contestaram esta compra, pelo facto da GNR ter veículos blindados que não estão a ser usados.
José Dias , presidente da direcção da ANOG, disse ao Jornal de Notícias que estava “incrédulo” com adecisão do executivo e questionou:
“É uma despesa que não se justifica. Se a Guarda tem meios disponíveis, porque é que o Estado vai gastar esta verba numa altura de aperto das finanças públicas?”
O presidente da ANOG defendeu que “o mais elementar seria esgotar as capacidades de todas as forças e serviços de segurança para esta cimeira e poupar o país e os cidadãos a mais um pesado encargo”. José Dias referiu ainda que a GNR tem cerca de 20 veículos anti-motim, comprados para as missões no Iraque, e que só metade estão a ser utilizados nas missões em Timor e na Bósnia.
A deputada Helena Pinto perguntou ao Governo, através do MAI: “Porque é que o Governo vai adquirir novos veículos blindados, quando existem veículos com as mesmas características na GNR? Qual a justificação para esta despesa de város milhões de euros?” (aceda ao texto integral da pergunta)