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Governo escocês propõe referendar independência em 2020

"A Escócia deixou muito claro na semana passada que não quer que um governo conservador liderado por Boris Johnson nos tire da União Europeia", afirmou esta quinta-feira Nicola Sturgeon, referindo-se à eleição de 4 deputados do seu Partido Nacionalista Escocês (SNP) em 59 mandatos atribuídos à Escócia no parlamento britânico.
O governo escocês vai fazer chegar a Boris Johnson uma proposta formal para que, à semelhança do que aconteceu em 2012, o governo britânico transfira para o governo escocês os poderes que permitem ao parlamento da Escócia convocar o referendo.
No referendo de 2014, 55% dos eleitores votaram contra a independência. Para este resultado contribuiu um argumento da campanha anti-independência de que se o “Sim” ganhasse, a Escócia não poderia entrar na União Europeia. Mas bastaram dois anos para a situação se inverter, quando o referendo britânico deu a vitória ao Brexit, contra a grande maioria dos votos dos escoceses. Neste momento, a única forma de a Escócia se manter na UE passa por sair do Reino Unido e é nessa alteração de circunstâncias que se baseia o pedido do novo referendo, sublinhou Nicola Sturgeon.
“We are a nation, no better or worse than any other... as a nation, our future, whatever we choose that to be, must be in the hands of people that live here”
Scottish First Minister Nicola Sturgeon calls for the “opportunity to consider” independencehttps://t.co/aHytuu9Tyu pic.twitter.com/OmgC2GXyvM
— BBC Politics (@BBCPolitics) December 19, 2019
Mas tudo indica que o pedido de Sturgeon não será atendido por Boris Johnson, como a própria líder do governo escocês admitiu, ao dizer que prevê que "a curto prazo, vamos simplesmente ouvir uma repetição da oposição do governo do Reino Unido. Mas não devem ter a ilusão de que esse será o ponto final no assunto", avisou a primeira-ministra na apresentação de um documento com as razões para pedir um novo referendo.
Segundo a imprensa escocesa, o tema de um eventual novo referendo à independência da Escócia será referido no discurso da rainha Isabel II esta quinta-feira, escrito pelo governo de Johnson. A chefe de Estado britânica deverá referir-se a essa possibilidade como um “transtorno perigoso”, por entre apelos à unidade e não à divisão dos escoceses.
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