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“Governo cria instabilidade por medida com impacto de zero euros no orçamento de 2019”

Num almoço em Famalicão, Catarina Martins enfatizou que “não tem nenhum sentido que o governo crie instabilidade por uma medida que custa zero euros no orçamento de 2019” e considerou irresponsável desistir por isso de um caminho que deixa por cumprir medidas importantes.
Foto de Paula Nunes

O Bloco foi coerente e leal aos compromissos que assumiu. Este é o ponto de partida de Catarina Martins para justificar a posição assumida pelo partido na questão da contagem integral do tempo de serviço dos professores.

A coordenadora do Bloco não deixou de notar a profusão de números “atirados para as televisões” a propósito do custo desta medida:“fala-se de milhões, de centenas de milhões, de milhares de milhões de euros.” E foi clara a esclarecer o assunto: “não há nenhuns milhões, muito menos centenas de milhões, ou milhares de milhões em jogo neste momento”. Até porque “em Portugal não é nunca quando falamos de trabalhadores que ouvimos falar de milhares de milhões de euros ou de centenas de milhões de euros.” Por isso, lembrou outros milhões: “os 13 mil milhões de euros que os bancos levaram em cinco anos” e “450 milhões de euros” que “o governo dizia que o Novo Banco ia custar” este ano.

Catarina Martins aproveita assim para contrastar estes milhões com os “zero euros” que a medida votada em comissão parlamentar sobre a reposição da contagem do tempo de serviço dos professores custará no orçamento de Estado em 2019. E acrescenta desdramatizando o tema: “o compromisso futuro é exatamente igual àquele que o governo tinha prometido que faria”. Para a dirigente do Bloco “o que é diferente é que se dá ao próximo governo a possibilidade de continuar um percurso de recuperação de reconhecimento de carreiras”.

Daí que Catarina Martins considere que “não tem nenhum sentido que o governo crie instabilidade por uma medida que custa zero euros no orçamento de 2019, por uma medida que o que garante é o mesmo que o governo já tinha prometido fazer e o que faz é abrir uma porta a futuras negociações que permitam continuar o caminho de respeitar quem trabalha”.

E avalia que é “irresponsável desistir”de um conjunto de “leis essenciais para a vida das pessoas” exemplificando: “Vamos nós agora desistir de um estatuto para os cuidadores informais? Vamos nós agora desistir de dar condições aos trabalhadores por turnos, aos trabalhadores do trabalho noturno? Vamos nós agora desistir de continuar um caminho que respeite as longas carreiras contributivas?

Vamos nós agora desistir de lutar pelo direito à habitação? Vamos nós agora desistir de salvar o Serviço Nacional de Saúde?”

Portanto, porque “a política tem de ser responsabilidade”, Catarina Martins assegura que “o Bloco vai estar aqui todos os dias como esteve até agora para que os compromissos sejam cumpridos até ao fim.”

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