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Glifosato: júri norte-americano culpa Roundup por cancro

O julgamento do caso de Edwin Hardeman, um agricultor que utilizou o herbicida da Monsanto durante mais de 25 anos, chegou ao fim da sua primeira parte. O júri decidiu que o Roundup causou cancro no septuagenário. A decisão deste caso influenciará centenas de outros que lhe estão agregados.
Foto de Herzi Pinki rawpic/commons.wikimedia

É o segundo caso a ser decidido no mesmo sentido. Em agosto passado, a Monsanto foi condenada a pagar 289 milhões de dólares ao jardineiro de uma escola que tinha linfoma não-Hodgkin em fase terminal. E a empresa, que foi comprada pelo grupo alemão Bayer, enfrenta nos EUA pelo menos mais oito mil processos judiciais pelo mesmo motivo.

No caso de Edwin Hardeman, a decisão unânime do júri foi no sentido de ter ficado demonstrado que o Roundup foi “um factor substancial” para o desenvolvimento do seu linfoma não-Hodgkin.

Na segunda fase do julgamento, os advogados da defesa esperam provar que “a Monsanto não teve uma abordagem responsável e objetiva a propósito da (perigosidade) do Roundup” e que a empresa “não se preocupa particularmente em saber se o seu produto causa ou não cancro, preferindo manipular a opinião pública e descredibilizar quem quer que apresente inquietudes legítimas”. Isto porque, depois de uma primeira parte dedicada a avaliar se o herbicida tinha ou não causado o cancro, a segunda analisa se a Monsanto conhecia os riscos e se os escondeu.

O caso de Hardeman é relevante não apenas por ser a segunda sentença no mesmo sentido. A sua importância reside também em ser considerado um “processo teste”. O que significa que o seu resultado deverá servir de barómetro oficial para centenas de outros processos que estão reagrupados com ele.

A decisão foi seguida por uma queda de 10,75% da Bayer na abertura da bolsa de Frankfurt. Desde que comprou a Monsanto a empresa alemã perdeu perto de 40%.

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