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GAT reclama mais eficácia no tratamento de doentes

O Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT) vai propor à Comissão Parlamentar de Saúde, um conjunto de medidas que facilitem o acesso e a continuidade de tratamentos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) de doentes com VIH/SIDA, tuberculose, hepatites virais e infeções sexualmente transmissíveis.
Foto Flickr

Segundo o jornal Público, o GAT pretende, entre outras medidas, medicamentos mais baratos, mais centros de rastreio e também valências de saúde mais habilitadas e uma comissão de trabalho relacionada com a problemática das doenças sexualmente transmissíveis.

Num balanço da anterior legislatura, o Presidente daquela organização, Luís Mendão, disse ao Público que “há urgência em rever a resolução de 2011 sobre o VIH para que este possa acompanhar os conhecimentos adquiridos nos últimos anos sobre a doença e assim seguir as recomendações das instâncias internacionais de saúde”.

"Devido à dimensão do problema que tem, Portugal podia assumir-se exemplar no combate a estas epidemias", referiu Luís Mendão, apontando ser esta a razão pela qual pretendem “saber a disponibilidade das forças representadas na comissão de Saúde para retomarmos o trabalho”.

De acordo com a notícia do Público esta retoma pode trazer para discussão uma “nova negociação de preços” dos medicamentos quanto aos fármacos de tratamento da hepatite C.

“Nós precisávamos deste tipo de acordos, que asseguram acesso universal aos tratamentos a preços comportáveis, para garantir que a despesa com medicamentos é controlada”, sublinhou Luís Mendão.

Um sistema que discrimina e estigmatiza

O presidente do GAT referiu que se conseguem “os melhores tratamentos a melhores preços se tratarmos mais gente do que aquela que estamos a tratar atualmente”.

O GAT diz não quer ser “tropa de pressão” contra a indústria farmacêutica, mas reconhece, no entanto, que “estes tratamentos podem reduzir muito substancialmente de preço”.

Mendão fez questão de recordar que existem cerca de 30 mil pessoas exclusivamente em tratamento contra o vírus da SIDA, com um custo entre os 230 e 250 milhões de euros por ano apenas em medicamento retrovirais tendo acrescentado que “ainda há cerca de 7 mil pessoas que necessitam de tratamento. É no VIH que Portugal tem uma situação pior no contexto da Europa Ocidental”.

O presidente do GAT frisou ainda a necessidade do SNS se adaptar aos cidadãos mais vulneráveis tendo afirmado a este propósito: “Temos muitas queixas de pessoas que têm dificuldade em aceder ao sistema, principalmente de migrantes em situação irregular, consumidores de drogas, reclusos, trabalhadores do sexo e homens que fazem sexo com outros homens”.

O GAT registou uma série de queixas de cidadãos que se dizem “discriminados e sobretudo estigmatizadas pelo sistema”.

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