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Galp paga em géneros parte variável dos salários

O deputado do Bloco Jorge Costa considera que o Plano de Benefícios Flexíveis que a administração da Galp está a implementar, que permite que a empresa pague menos impostos, "roça a evasão fiscal" e irá questionar o Governo sobre a sua legalidade.

Conforme explicou o dirigente bloquista ao Correio da Manhã, em causa está um plano que prevê que os trabalhadores da Galp possam receber um bónus no salário quando "entregam à empresa as faturas daquilo que vão adquirindo, sejam serviços, ginásios ou material informático", por exemplo.

Na prática, o que acontece é que “os trabalhadores permitem que se substitua uma parte variável do seu salário – os prémios que eles recebem a cada ano – por uma lista de compras que farão, uma grande parte delas em nome da própria Galp, que pede que a fatura venha com o número de contribuinte (NIF) da Galp", explicou Jorge Costa.

 "O resultado disto é que a empresa passa a ter uma contribuição fiscal reduzida, o Estado é prejudicado e a contribuição da Galp para a Segurança Social também diminui", acrescentou.

O Bloco questionou o Governo sobre a legalidade deste plano.

"Se for, o Executivo deve trazer ao Parlamento as medidas necessárias para evitar que estas medidas de contorno da lei possa suceder", defendeu, avançando que o Bloco está já a trabalhar numa proposta de lei para tornar este esquema ilegal.

“A espertice dos chicos – plano de benefícios flexíveis”

Num comunicado intitulado “A espertice dos chicos – plano de benefícios flexíveis”, a Comissão Central de Trabalhadores (CCT) da Petrogal assinala que com este plano, a administração da GALP “pretende que os trabalhadores colaborem consigo na fuga aos impostos e aos descontos para a Segurança Social”.

Segundo a CCT, “o plano inventado insere-se num conjunto de mecanismos tipo cartões refeição, criados pelos patrões para fugir aos impostos, ao mesmo tempo, condicionando cada vez mais onde os trabalhadores poderão gastar os seus parcos salários”, sendo que “nalguns fundos agora criados, o trabalhador utiliza o NIF da Empresa para comprar bens com o seu próprio dinheiro”.

O Plano de Benefícios Flexíveis “é mais uma medida tendente à descapitalização da Segurança Social retirando-lhe fundos em favor da acumulação pelos grandes grupos económicos de lucros cada vez mais fabulosos”, frisa a CCT.

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