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Futuro de Trump começa a ser decidido esta quarta-feira
Trump será acusado na Câmara dos Representantes de abuso do poder e obstrução das investigações do Congresso, com os votos da maioria do Partido Democrata. Contudo, o caso resolve-se no Senado, onde o partido de Trump tem maioria (53 senadores em 100, e a destituição precisa de dois terços, ou seja, de 67 votos).
Trump deverá, assim, ser o terceiro presidente norte-americano em 243 anos a ser acusado de abuso de poder e a escapar a uma condenação, após Andew Johnson (1868) e Bill Clinton (1999). Caso tal se verifique, poderá continuar o seu mandato até janeiro de 2021.
Na semana passada, a Comissão de Justiça aprovou os dois artigos de destituição contra Trump. Na votação, nenhum congressista votou ao lado do partido adversário. Essas duas acusões começarão a ser discutidas esta quarta-feira pelos 435 membros da Câmara dos Representantes.
Trump fora acusado de pressionar Volodimir Zelenskii, presidente da Ucrânia, de forma a que este interferisse em seu favor nas eleições presidenciais de 2020. Tudo começou num telefonema de rotina de Trump a Zelenskii, para o felicitar pela vitória nas presidenciais. Nesse telefonema, Trump resolveu pedir “um favor” ao presidente da Ucrânia, para que este mandasse investigar os negócios de Joe Biden - um dos principais candidatos nas primárias democratas às presidenciais de 2020 - e do seu filho Hunter Biden no país. Hunter pertence ao Conselho de Administração de uma empresa de energia ucraniana e o pai, ex-vice-presidente de Obama, também exerce influência na política do país que vive há anos um conflito com o vizinho russo.
Durante os quase três meses de audições, a liderança do Partido Democrata concluiu que Trump chantageou a Ucrânia para benefício pessoal: se Zelenskii não anunciasse a abertura de investigações criminais que prejudicariam Joe Biden, um dos possíveis adversários de Trump, a Casa Branca não desbloquearia o envio de 391 milhões de dólares em ajuda militar para o país.
Quando este plano foi descoberto, Trump ordenou que a Casa Branca não colaborasse com as investigações da Câmara dos Representantes e proibiu que qualquer possível testemunha com ligações ao Governo norte-americano comparecesse nas audições lideradas pelo Partido Democrata.
Quando a Câmara dos Representantes começou a investigar as suspeitas de abuso de poder, Trump ordenou que ninguém na Casa Branca colaborasse com os investigadores. Esta proibição, não fundamentada em argumentos legais - como a figura do privilégio do poder executivo - culminou no segundo artigo da destituição: obstrução das investigações do Congresso.
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