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Funcionários judiciais dão início a “greve criativa” até julho

Depois de semanas de greve aos atos e de uma greve no formato “clássico”, os funcionários judiciais vão voltar a inovar nas suas formas de protesto com uma paralisação que arranca esta segunda-feira e decorre até meados de julho.
Segundo a agência Lusa, esta greve vai decorrer “num formato criativo”, que não será coincidente em comarcas, em horários ou jurisdições, ou seja, a greve pode decorrer de uma forma e horário num tribunal judicial e de outra diferente nos serviços do Ministério Público, ou dentro de uma mesma comarca decorrer de forma diferente nos diferentes tribunais que a compõem.
A questão das promoções e da integração do suplemento de recuperação processual no vencimento continua a ser a grande reivindicação destes trabalhadores, mas apesar de a própria ministra já as ter reconhecido como justas, tarda em dar respostas que resolvam o problema.
Em declarações à RTP, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais diz que “o problema é que não há negociações” e que “a ministra da Justiça falta à verdade quando diz que está a negociar com os sindicatos: Reuniu connosco uma vez para apresentação de cumprimentos e nunca mais reuniu connosco, tem delegado no secretário de Estado. A última reunião a que fomos foi para que o secretário de Estado nos dissesse que ia apresentar propostas às Secretarias de Estado da Administração Pública e das Finanças. Isto foi há dois meses, não soubemos mais nada”, afirma António Marçal.
“O que sabemos é que os tribunais estão numa situação pior do que estavam na altura da pandemia. Há julgamentos a serem reagendados para 2024”, prosseguiu o sindicalista, acrescentando que para travar esta greve “bastava que o primeiro-ministro desse ordem ao Ministério da Justiça para cumprir uma decisão do Tribunal para realizar as promoções e que integrasse o suplemento de recuperação processual”, que o próprio António Costa prometeu integrar quando foi ministro da Justiça.
“Não estamos a falar de muitos milhões. Se comparada com a redução de custos com oficiais de Justiça no Orçamento de 2022 - o Ministério gastou menos sete milhões com os oficiais de justiça -, aquilo que nós pedimos são cerca de 2,5 milhões, o que é facilmente acomodável no orçamento do Ministério”, sublinha António Marçal.
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