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Flávio Bolsonaro empregou família de miliciano suspeito da morte de Marielle

A polícia brasileira desencadeou esta terça-feira uma ação contra uma milícia criminosa do Rio de Janeiro por apropriação ilegal de terras. Dois dos milicianos são suspeitos no caso do assassinato de Marielle. Familiares de um deles trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro.
Foto de Romerito Pontes/Flickr

A operação “Os Intocáveis” tinha na mira a apropriação ilegal de terras, extorsão, agiotagem e subornos feitos pela milícia de Rio das Pedras. Mas, segundo o jornal O Globo, estes milicianos são também suspeitos no caso do assassinato de Marielle Franco, vereadora do PSOL no Rio de Janeiro, e de Anderson Gomes, o seu motorista. Marielle fazia trabalho social com as vítimas desta milícia da zona oeste do Rio.

As forças policiais do Rio de Janeiro tinham treze mandatos de captura e detiveram cinco milicianos. Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais, expulso das forças policiais em 2014, era um dos chefes da milícia. A polícia não o conseguiu capturar. A sua mãe e mulher trabalharam até novembro no gabinete do filho de Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Aliás, o nome da mãe deste suspeito, Raimunda Veras Magalhães, já se tinha tornado conhecido no âmbito do escândalo que envolveu os movimentos financeiros milionários de Fabrício Queiroz, ex-motorista e assessor de Flávio Bolsonaro. Raimunda era uma das pessoas que tinha feito transferências não justificadas de dinheiro para a conta de Queiroz.

Por proposta de Flávio Bolsonaro, este miliciano tinha sido homenageado com a Medalha Tiradentes na Assembleia Legislativa do Rio, em 2005. Outro dos chefes da milícia, Ronald Paulo Alves, miliciano e major da polícia militar, também tinha sido objeto de uma proposta de moção de louvor por Flávio Bolsonaro em 2004. Ronald Alves é também réu num caso que envolve quatro homicídios.

Adriano Magalhães e Ronald Alves foram ouvidos a 14 de março do ano passado no inquérito sobre o assassinato de Marielle Franco.

Flávio Bolsonaro é conhecido pelas suas posições pró-milícia. Quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, votou contra a realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito às milícias em 2007 e chegou até a apresentar uma proposta de regulamentação das suas atividades.

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