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Flávio Bolsonaro empregou família de miliciano suspeito da morte de Marielle
A operação “Os Intocáveis” tinha na mira a apropriação ilegal de terras, extorsão, agiotagem e subornos feitos pela milícia de Rio das Pedras. Mas, segundo o jornal O Globo, estes milicianos são também suspeitos no caso do assassinato de Marielle Franco, vereadora do PSOL no Rio de Janeiro, e de Anderson Gomes, o seu motorista. Marielle fazia trabalho social com as vítimas desta milícia da zona oeste do Rio.
As forças policiais do Rio de Janeiro tinham treze mandatos de captura e detiveram cinco milicianos. Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais, expulso das forças policiais em 2014, era um dos chefes da milícia. A polícia não o conseguiu capturar. A sua mãe e mulher trabalharam até novembro no gabinete do filho de Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Aliás, o nome da mãe deste suspeito, Raimunda Veras Magalhães, já se tinha tornado conhecido no âmbito do escândalo que envolveu os movimentos financeiros milionários de Fabrício Queiroz, ex-motorista e assessor de Flávio Bolsonaro. Raimunda era uma das pessoas que tinha feito transferências não justificadas de dinheiro para a conta de Queiroz.
Por proposta de Flávio Bolsonaro, este miliciano tinha sido homenageado com a Medalha Tiradentes na Assembleia Legislativa do Rio, em 2005. Outro dos chefes da milícia, Ronald Paulo Alves, miliciano e major da polícia militar, também tinha sido objeto de uma proposta de moção de louvor por Flávio Bolsonaro em 2004. Ronald Alves é também réu num caso que envolve quatro homicídios.
Adriano Magalhães e Ronald Alves foram ouvidos a 14 de março do ano passado no inquérito sobre o assassinato de Marielle Franco.
Flávio Bolsonaro é conhecido pelas suas posições pró-milícia. Quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, votou contra a realização de uma Comissão Parlamentar de Inquérito às milícias em 2007 e chegou até a apresentar uma proposta de regulamentação das suas atividades.
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