Filho de José Eduardo dos Santos afastado do Fundo Soberano de Angola

11 de janeiro 2018 - 19:09

José Filomeno era o último dos filhos de José Eduardo dos Santos que ainda tinha um alto cargo ligado ao Estado angolano. Esta quarta-feira, foi exonerado pelo Presidente João Lourenço e substituído por Carlos Alberto Lopes.

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Filho de José Eduardo dos Santos afastado do Fundo Soberano de Angola
José Filomeno era o último dos filhos de José Eduardo dos Santos que ainda tinha um alto cargo ligado ao Estado angolano.

Também por “conveniência de serviço", José Filomeno acabou por ser afastado pelo novo Presidente da República da Angola, que o exonerou da presidência do Fundo Soberano de Angola, segundo o que foi divulgado pela imprensa angolana, esta quarta-feira.

Para o seu lugar foi nomeado Carlos Alberto Lopes, que traz consigo uma nova equipa, dado que com José Filomeno caiu também a restante administração. Assim, no novo Conselho de Administração do Fundo estão também Hugo Miguel Évora Gonçalves e Miguel Damião Gago, ambos como administradores executivos.

O afastamento de José Filomeno não é uma surpresa, já que o sucessor de José Eduardo dos Santos tem feito muitas alterações no universo dos altos (e médios) cargos da administração pública e empresarial do estado angolano. No caso dos descendentes de José Eduardo dos Santos, Lourenço já tinha exonerado Isabel dos Santos da presidência da petrolífera Sonangol, e afastado Tschizé dos Santos da televisão pública, a TPA, à qual estava ligada através da Semba.



Tem começado como administrador do Fundo Soberano de Angola, Filomeno dos Santo subiu a Presidente do Conselho de Administração, em Junho de 2013, quando Armando Manuel, então à frente do Fundo, foi chamado a ministro das Finanças por José Eduardo dos Santos.

As recentes revelações dos Paradise Papers denunciaram ao mundo que o Fundo Soberano de Angola tem aplicações em fundos de investimento sediados em paraísos fiscais, através de uma empresa, a Quantum Global, que é gerida por por Jean-Claude Bastos de Morais, um empresário amigo e parceiro de negócios do filho do ex-Presidente. Os dois fundaram o primeiro banco de investimento angolano, o Banco Quantum, rebatizado em 2010 com o nome de Bank Kwanza Invest, indica o jornal Público.



Segundo a informação avançada pela imprensa internacional, os ficheiros do escritório de advogados Appleby mostraram que, dos cinco mil milhões de euros atribuídos inicialmente ao Fundo Soberano, cerca de 3 mil milhões foram aplicados em sete fundos de investimento que estavam sediados nas Maurícias, um território offshore incluído pela União Europeia na “lista cinzenta” de paraísos fiscais.