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“A febre eleitoral do PS levou-o a ultrapassar limites”

Esta quarta-feira, na Assembleia da República, Pedro Filipe Soares teceu duras críticas à “crise política artificial” criada por António Costa, motivada pelo que entende ser “a ambição de uma maioria absoluta eleitoral” num “puro jogo político”.
Fotografia de Paula Nunes
Fotografia de Paula Nunes

Referindo-se à ameaça de demissão do primeiro-ministro caso o plenário da Assembleia da República confirmasse a decisão da comissão de educação de contabilizar integralmente o tempo de serviço dos professores, Pedro Filipe Soares afirmou que “a posição inesperada do governo contrasta com as decisões políticas tomadas”.

Lembrando que “quando governo e PS quiseram quebrar acordos à esquerda, foi esta AR quem rejeitou essa possibilidade”, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda lembrou ainda que “não resultou daí nenhuma crise e a economia até ficou melhor”. Da mesma forma, “quando governo e PS quiseram impor a opacidade no património dos administradores da Caixa Geral de Depósitos”, o Bloco fez outra proposta, aceite pela Assembleia da República. “Essa situação foi facilmente ultrapassada e hoje a CGD está mais forte”, afirmou.

“Porque é que é que o primeiro-ministro deixou de querer negociar para apregoar as barreiras inultrapassáveis?”, perguntou Pedro Filipe Soares, dando a resposta: “A única justificação para António Costa querer criar uma crise política artificial é a ambição de uma maioria absoluta eleitoral”. “Puro jogo político”, considerou.

Lembrando que os “dados da unidade técnica de apoio orçamental demonstram que Mário Centeno montou o guião financeiro desta crise artificial baseado em mentiras”, no que considera serem “contas a la Eurogrupo”, o líder parlamentar do Bloco sublinhou a “diferença líquida de 398 milhões de euros entre o que foi anunciado pelo governo e o que resultaria da aplicação máxima” do que fora negociado. De acordo com o mesmo, “estimam-se por metade gastos com a banca para agora se carregar a dobrar nos números no que toca aos direitos dos trabalhadores” e “os valores apresentados estão inflacionados”, já que “confundem deliberadamente valores líquidos com brutos”.

O líder parlamentar considera ainda que “esta crise de credibilidade não atinge apenas o primeiro-ministro e Centeno”, já que a direita “dá o dito por não dito e mostra ao que vem, quer reconehcer o direito mas não o quer pagar”. “A direita não queria salvar os professores, queria aproveitar-se dele”, acusa, acrescentando que a posição do PS mostra como tantas vezes bebe “dos argumentos da direita”.

“O populismo tem muitas fases e muitas cores e a febre eleitoral do PS levou-o a ultrapassar limites”, afirmou Pedro Filipe Soares.

“Desmascarada a mentira, posso dar a palavra que é de sempre a do Bloco de Esquerda – estaremos com os professores para garantir a recuperação integral do tempo de serviço. Para nós, esta legislatura ainda não acabou, ainda há muito por fazer e os compromissos que assumimos são levados a sério”, concluiu.

 

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