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Faltam especialistas para poder reforçar unidades de cuidados intensivos
Em entrevista ao Expresso este domingo, João Gouveia, presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos, revela preocupação porque o necessário reforço dos cuidados intensivos não estar a ser implementado. Segundo as contas da instituição são necessários imediatamente mais 48 médicos e 350 enfermeiros.
Os especialistas entregaram ao governo no verão um documento em que se referia que seria preciso o reforço em 45% das unidades de cuidados intensivos, “o mais tardar até ao primeiro trimestre do próximo ano”, explica o jornal que acrescenta que nesse plano, aprovado pelo governo, está previsto um aumento em 285 das camas nestas unidades. Por região, a norte faltam 97 novas camas e em Lisboa 91.
De momento existem 511 camas deste tipo e a sua taxa de ocupação atual é de 68%. Mas com o aumento de infeções com covid, o Inverno e a época da gripe à porta a situação pode piorar muito. Seria por isso necessário contratar “equipas imediatas” de forma a “assegurar as camas extra que se avizinham necessárias com o aumento súbito das infeções”.
Este médico diz mesmo: “se não houver mais recursos humanos, ou se fecha tudo outra vez ou vão morrer mais pessoas.” Para ele, “temos as máquinas que tínhamos de ter e há camas, mas falta organização para espaços adequados, quartos de pressão negativa e profissionais, sobretudo enfermeiros”.
João Gouveia informa que só no início de outubro abriu um concurso para contratar 48 médicos para os cuidados intensivos. Estes virão de outras áreas e deverão fazer formação. O caso dos enfermeiros é bem pior: “só há autorização para contratar por três ou quatro meses, no entanto há contratos sem termo para substituir profissionais temporariamente ausentes e que podem ir para serviços onde não fazem tanta falta agora”.
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