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Fábrica encerra e despede 150 trabalhadores, mas administradores abrem stand em Milão

A Alberto Sousa, Lda, fechou as portas e despediu 150 trabalhadores, depois de ter encerrado 13 sapatarias no país. Agora apresenta-se na feira de calçado de Milão com novo nome, mas a mesma morada.
Fábrica encerra e despede 150 trabalhadores, mas administradores abrem stand em Milão
Foto de Paulete Matos.

A Alberto Sousa, Lda, fabricante de calçado de Vizela, era mais conhecida pela marca Eureka. Empregando 150 pessoas na sua unidade fabril, já tinha encerrado há cerca de três semanas 13 sapatarias em todo o país. Segundo o noticiado pelo Jornal de Notícias, os trabalhadores e o sindicato foram apanhados “de surpresa”.

Porém, após ter encerrado todas as lojas e agora a unidade fabril, a morada da empresa Alberto Sousa, Lda, pertence agora a uma nova marca, com uma nova designação social, mas que marcou presença na feira de calçado de Milão.

O Jornal de Notícias faz saber que a empresa está a apresentar a sua nova marca de calçado, a ESC, na Micam, a feira de Milão. Apesar de aparecer no catálogo da feira como propriedade da Asial-Indústria de Calçado, Lda, esta tem a mesma morada da Alberto Sousa, na Rua da Boca, 152, Caldas de Vizela, e está a ser apresentada pela diretora comercial da Eureka, noticía o jornal.

Em declarações ao Jornal de Notícias/Dinheiro Vivo, Aida Sá, dirigente do Sindicato do Calçado do Minho e Trás-os-Montes, explicou que “na sexta-feira, às 17.30 horas, quando acabaram a jornada de trabalho, foram chamados a uma reunião com a Administração, que lhes entregou, em mão, uma carta dispensando-os de se apresentarem ao serviço a partir de hoje [ontem] (segunda-feira). Não receberam o modelo 5044 para acesso ao subsídio de desemprego, tendo sido informados que teriam de esperar pelo administrador da insolvência para o efeito".

O Sindicato do Calçado do Minho e Trás-os-Montes apresentou uma participação à Autoridade para as Condições do Trabalho e cada um dos 150 trabalhadores requereu à empresa a emissão da referida documentação para efeitos de subsídio de desemprego.

"Foi uma surpresa até para nós. Os funcionários trabalharam até ao último minuto, sem qualquer aviso prévio. Até porque não têm salários em atraso. E a empresa liquidou hoje [ontem] mesmo os 16 dias de trabalho de fevereiro", avançou a dirigente sindical.

Em carta assinada pelos dois administradores, Alberto Sousa e o filho Filipe, a empresa justifica o encerramento da fábrica com "motivos de ordem económica", e diz que irá "preparar e reunir toda a documentação necessária para, na semana de 17 a 21 de fevereiro, se apresentar à insolvência". Os trabalhadores são despedidos porque tal é "indispensável", na medida em que "não reúne condições financeiras para continuar a pagar salários. Os contratos de trabalho não foram terminados de imediato porque, explicam, a lei não permite fazê-lo quando não existem trabalhos em atraso.

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