O novo mandato do Parlamento Europeu começa na próxima semana, sendo a eleição da presidência da Comissão Europeia e os restantes top jobs da UE a primeira decisão importante. Este mandato vai ser caracterizado pela dificuldade em conseguir maiorias progressistas.
O Partido Popular Europeu (PPE) continua a ser a maior bancada com 188 lugares e os Sociais Democratas (S&D) a segunda com 136 eurodeputados. No entanto, os liberais Renew deixam de ser a terceira força política, dando lugar ao novo grupo da extrema-direita Patriotas pela Europa com 84 membros. Os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) ocupam o quatro lugar e o Renew o quinto, com 78 e 76 deputados, respetivamente. Os Verdes passaram de quarta força para sexta, tendo agora 53 lugares. O grupo d’A Esquerda aumenta de 37 para 46 membros. O grupo mais pequeno passa a ser o novo ultranacionalista Europa das Nações Unidas, com 25 membros. 33 deputados ficam como não-inscritos.
Patriotas pela Europa serão terceira força política
A extrema-direita no Parlamento Europeu reorganizou-se. O antigo grupo Identidade e Democracia (ID) dissolveu-se e deu lugar ao novo grupo Patriotas pela Europa que passará a ser, com os seus 84 membros, a terceira força política do Parlamento Europeu. Ultrapassou assim os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) de Georgia Meloni, que atualmente contam com 78 elementos.
Jordan Bardella, da União Nacional, depois de ter perdido as eleições em França, anunciou que será o presidente deste grupo europeu. A criação do grupo foi impulsionada por Viktor Orbán, mobilizando os eurodeputados do Fidesz, não-inscritos desde 2021 depois de terem saído do Partido Popular Europeu (PPE). O outro partido fundador, o movimento ANO 2011, da Chéquia, fazia parte do grupo liberal Renew.
Os dois eurodeputados eleitos pelo Chega também farão parte, sendo António Tânger Corrêa um dos sete vice-presidentes do grupo. A Liga de Salvini, o Partido Pela Liberdade (PVV) de Geert Wilders, o Partido da Liberdade da Áustria, o belga Vlaams Belang e o Partido Popular Dinamarquês, todos anteriores membros do ID, juntaram-se. Para além destes, também o o Vox de Abascal (anteriormente parte do ECR), o checo Juramento e Motoristas, o grego Voz da Razão e o Letónia Primeiro.
Terceiro grupo de extrema-direita será criado
Para além do ECR e do novo Patriotas pela Europa, confirmou-se esta quarta-feira, a existência de um terceiro grupo de extrema-direita: Europa das Nações Soberanas. Contará com 28 membros e será o grupo mais pequeno.
Esta terça-feira, o presidente do partido checo Liberdade e Democracia Direta (SPD), Tomio Okamura, anunciou a sua criação, declarando que "o programa baseia-se em ideologias - é contra o Pacto Ecológico, contra a migração, mas é explicitamente mencionado que também é contra a islamização da Europa. Queremos que os poderes de Bruxelas regressem ao nível nacional".
Tal como o SPD que fazia parte da ID, o partido de extrema-direita Alternativa pela Alemanha (AfD), expulso pelo partido de Le Pen, fará parte. Contará com 14 deputados, sendo a voz dominante do novo grupo.
Para além dos dois, farão parte forças políticas de extrema-direita que até agora não tinham família política no Parlamento Europeu: o Konfederacja da Polónia, o Revival da Bulgária, o Movimento Nossa Pátria (MHM) da Hungria, o Liberdade e Democracia Direta (SPD) da Chéquia, o Reconquête! de França e o Republika da Eslováquia.
Ainda que prováveis candidatos, acabaram por ficar de fora o Se Acabó La Fiesta de Espanha e o SOS Roménia.