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“Europa gastou 1800 milhões para fechar fronteiras e só 700 para ajudar os refugiados”

O eurodeputado do partido espanhol Podemos, Miguel Úrban, criticou esta quarta-feira as instituições europeias por terem gasto, nos últimos cinco anos, “1800 milhões de euros para fechar as fronteiras” e denunciou a violação dos direitos humanos dos refugiados que chegam à União Europeia, cuja ajuda financeira se fica por “apenas 700 milhões”.
“É necessária uma grande conferência europeia para adotar uma política conjunta de imigração e falar das causas. Por que é que chegam e como é que os nossos políticos fazem com que cheguem”, afirmou Urbán em Gevgelja, na fronteira entre a Grécia e a Macedónia.
Uma fronteira que é atravessada diariamente por milhares de pessoas (entre 3000 e 5000, segundo cálculos do eurodeputado espanhol) para chegarem à União Europeia, através das ilhas gregas no mar Egeu, muito próximas da costa da Turquia. De seguida, prosseguem o seu caminho pela Sérvia e atravessam a Hungria e a Áustria com o objetivo final de chegar à Alemanha, bem como a outros país do norte da Europa.
Desde Macedonia, @MiguelUrban, eurodiputado de @ahorapodemos, nos cuenta el drama de los refugiados. #EuropaFortaleza pic.twitter.com/O7SBdt98kw
— Pablo Echenique (@pnique) 1 setembro 2015
O eurodeputado, que fez esta viagem com o objetivo de conhecer em primeira mão a situação em que se encontram milhares de pessoas, descreve a situação como “uma imagem dantesca”.
Miguel Urbán visitou um campo de trânsito macedónio onde os refugiados permanecem três ou quatros horas antes de partirem em táxis e autocarros do Estado até à fronteira com a Sérvia, pagam pela viagem e não recebem qualquer assistência médica, relatou.
“Os estados europeus passam os refugiados como uma batata quente até que estes se deparam com o muro de Schengen”, afirma Urbán num comunicado enviado à comunicação social.
Para o eurodeputado, que viajará ainda para Belgrado (capital da Sérvia) e até à fronteira com a Hungria, a situação em que os refugiados se encontram demonstra que “a suposta ideia de respeito dos direitos humanos”, que a União Europeia sempre defendeu, “é pura maquilhagem, borratada pelas lágrimas de milhares de imigrantes e refugiados que comprovam como o que lhes diziam da Europa era mentira”.
Destacou ainda que a UE, com os seus “tratados, venda de armas e geoestratégia”, é cúmplice das guerras que provocam estes movimentos migratórios”.
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