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Estudantes da Universidade do Porto protestam contra aumento de propinas

Alunos de mestrado da Faculdade de Ciências viram o valor das suas propinas aumentar em plena pandemia, e a meio do ciclo de estudos, sem qualquer aviso prévio. O deputado Luís Monteiro esteve presente neste protesto, garantindo que o Bloco “não vai desistir de lutar por uma Universidade em que ninguém fica de fora”.
Foto de Paulete Matos - arquivo.

Dezenas de estudantes de mestrado da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto concentraram-se esta terça-feira junto à Reitoria da Universidade. Esta foi a forma de mostrarem o seu “descontentamento face ao aumento da propina de mestrado”, afirmou uma das estudantes, Jéssica Roque, num vídeo publicado nas redes sociais pelo deputado bloquista Luís Monteiro.

“Neste momento, procuramos uma solução imediata. Nós queremos que a propina não suba este ano, a meio do ciclo de estudos. Queremos ver revertida a situação imediatamente”, explicou.

Duarte Graça participou neste protesto “em solidariedade, enquanto estudante da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), para com colegas de vários mestrados que viram a sua propina aumentar numa altura em que é cada vez mais difícil fazer face àqueles que já eram os custos do mestrado, por si já demasiado elevados e que estes alunos viram agora aumentar”.

Precisamos de um ensino superior que seja garantido enquanto direito e não de um ensino superior que seja numa base transacional em que as pessoas, ainda para mais, quando já contam com determinados custos, a certa altura, veem os mesmos aumentarem”, defendeu.

Criação de um teto máximo para propinas foi chumbada pelo PS e direita

O Bloco de Esquerda marcou presença no protesto dos estudantes de Mestrado da Universidade do Porto, que viram o valor das suas propinas aumentado a meio do ciclo de estudos e sem qualquer aviso prévio por parte dos órgãos da Universidade e da FCUP.

O deputado Luís Monteiro assinalou que “não faz qualquer sentido, no meio de uma pandemia, de uma crise social e económica, que a reitoria tenha decidido aumentar, a meio do ciclo dos estudos, o valor dos mestrados destes estudantes”.

Sublinhando que o Bloco pugna por um Ensino Superior Público, de qualidade e democrático, o dirigente bloquista lembrou que o partido apresentou na Assembleia da República uma proposta no sentido de criar um teto máximo para o valor das propinas de mestrados e doutoramentos. A proposta foi chumbada pelo Partido Socialista e pela direita.

Não vamos desistir de lutar por uma Universidade em que ninguém fica de fora”, garantiu Luís Monteiro.

Uma das alunas, citada pela agência Lusa, contou que estuda na Universidade do Porto desde 2019 e vai ter de regressar ao Brasil sem concluir o mestrado, caso não consiga fazer face ao aumento da propina.

Até ao ano passado, pagava 1.500 euros de propinas anuais. A partir desse ano teve uma alteração e foi para 2.812 euros. São 87% [de aumento]. Praticamente dobrou o valor do ano. Ou seja, o que ia pagar pelo curso inteiro estou a pagar praticamente num ano”, explicou Gabrielle Lacerda.

Entre os alunos nacionais, e de acordo com o que foi relatado à Lusa por um grupo de estudantes, as propinas subiram entre 50 euros e 375 euros, com os mestrados de Biologia Celular e Molecular, Bioinformática, Biologia Computacional, Ciência de Dados (Data Science) e de Segurança Informática a serem os mais visados.

Entretanto, uma petição que visa “combater a injustiça que se fez sentir nos estudantes e procurar soluções como a reversão deste aumento para todos os estudantes” já reuniu mais de 1200 assinaturas.

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