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Estivadores pedem investigação a perseguições aos trabalhadores do setor

Estivadores pedem investigação “para que os trabalhadores neste país não sintam que estão a ser perseguidos só porque têm direito a uma livre opção sindical”, afirmou o presidente do Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística, na Comissão de Trabalho e Segurança Social, onde foi ouvido a pedido do Bloco.
Foto de Paulete Matos.

“Gostaríamos que investigassem a fundo tudo aquilo que se passa – não é para lhes dar razão –, mas para que os trabalhadores neste país não sintam que estão a ser perseguidos só porque têm direito a uma livre opção sindical”, referiu António Mariano.

O dirigente sindical considera que o que se passa no setor “não pode continuar a acontecer”, e apelou à Assembleia da República e aos deputados que utilizem os mecanismos que têm “para investigar a fundo”.

“Se não o fizer rapidamente a economia nacional vai continuar a sofrer, independentemente do branqueamento que as entidades oficiais façam de todo este problema, que é enorme”, alertou.

O deputado José Soeiro explicou que o Bloco apresentou um requerimento para a audição do sindicato após uma reunião que teve com o SEAL e na sequência das situações que resultaram na greve e no protesto dos estivadores em frente à Assembleia da República.

“Decidimos começar pelo vosso sindicato para termos, de viva voz, uma radiografia do setor portuário. Sabemos que tem havido no setor portuário uma impunidade a um conjunto de violações grosseiras, de princípios fundamentais, da liberdade sindical, da igualdade salarial, do respeito pela legislação do trabalho e pelas condições de trabalho”, referiu o dirigente bloquista.

José Soeiro deu o exemplo do caso do Porto de Leixões, onde assinalou registar-se um “clima de impunidade” e de “discriminação e atuação fora da lei da parte da administração e das empresas”.

Em causa está ainda, por exemplo, do Porto do Caniçal, na Madeira, existe uma “dinâmica de procurar bloquear a contratação coletiva e manipulá-la por via de sindicatos que não são representativos”.

“Tudo se passa sem que as autoridades inspetivas pareçam querer cumprir o seu papel”, lamentou, exortando os representantes do SEAL para que elaborem “um roteiro” para os deputados fazerem “as perguntas que incomodam” quando as outras entidades vierem à comissão.

Além do SEAL, o Bloco de Esquerda requereu também a presença na Assembleia da República das empresas de trabalho portuário, da administração dos portos e da Autoridade para as Condições do Trabalho.

António Mariano realçou que “10 minutos era muito pouco para explicar o que se passa no setor”, afirmando que se concentraria nas “questões mais prementes”,entre as quais a “discriminação e assédio a que são sujeitos os associados afetos” ao sindicato.

O dirigente do SEAL avançou que, além da discriminação salarial, estão a ser contratados precários em pleno período de greve no Porto de Leixões, e que os trabalhadores de Lisboa levam falta ao trabalho caso assistam aos plenários sindicais.

Os estivadores do SEAL estão a promover uma paralisação ao trabalho suplementar. Inicialmente agendada até 8 de outubro, a mesma foi prolongada até ao início do próximo ano.

 

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