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“Esta legislatura tem sido, infelizmente, a história das recusas do Partido Socialista”

Catarina Martins lembrou que quando se devia estar a debater o orçamento para 2021, o PS “parece até preferir uma certa hostilidade à esquerda” e afirmou que pela parte do Bloco “colocamos a resposta estratégica à crise no centro de todas as nossas preocupações”.
Catarina Martins e José Soeiro no encontro com trabalhadores que podem ser abrangidos pelo apoio extraordinário de desemprego aprovado no orçamento suplementar, Porto, 4 de julho – Foto de Manuel Fernando Araújo/Lusa
Catarina Martins e José Soeiro no encontro com trabalhadores que podem ser abrangidos pelo apoio extraordinário de desemprego aprovado no orçamento suplementar, Porto, 4 de julho – Foto de Manuel Fernando Araújo/Lusa

Catarina Martins, acompanhada pelos deputados José Soeiro e José Manuel Pureza, esteve este sábado no Porto, num encontro com trabalhadoras domésticas, advogada/os e solicitadora/es, trabalhadores que podem ser abrangidos pelo apoio extraordinário de desemprego aprovado no Orçamento Suplementar, por proposta do Bloco de Esquerda.

Catarina Martins começou por falar do esforço do Bloco para “encontrar soluções para uma situação de emergência”. “Como as pessoas perderam tudo porque as atividades fecharam, como é que nós conseguíamos que setores que não tinham proteção passassem a ter proteção social”, explicou a deputada.

Colocamos a resposta estratégica à crise no centro”

“Até agora, e ainda que com conquistas pontuais impostas pela esquerda, esta legislatura tem sido, infelizmente a história das recusas do Partido Socialista. Recusou fazer um acordo no final das eleições de 2019 e recusou agora que o orçamento suplementar para lá da resposta de emergência pudesse ter uma resposta mais estrutural”, salientou a coordenadora do Bloco de Esquerda.

“E agora mesmo que devíamos estar a debater o orçamento para 2021 parece até preferir uma certa hostilidade à esquerda”, criticou Catarina Martins, assumindo que “pela parte do Bloco de Esquerda posso garantir-vos que colocamos a resposta estratégica à crise no centro de todas as nossas preocupações”.

E explicou que essas preocupações “começam, como vemos aqui, com as pessoas com quem estamos para defender os direitos do trabalho, para reconstituir direito do trabalho”. “E, para defender os serviços públicos essenciais”, acrescentou.

“É esse o nosso caminho, é esse que queremos construir e é esse que estamos também a construir nestes nossos encontros, para que possamos construir soluções que são concretas e que fazem mesmo a diferença na vida das pessoas”, frisou a coordenadora do Bloco.

O que estava não vai voltar, nem deve voltar”

Sobre a pandemia, Catarina Martins afirmou que “não sabemos quanto tempo é que esta crise vai durar”, sublinhando “que é mais prolongada do que gostaríamos, sabemos que a ciência sabe ainda pouco sobre o que está a acontecer”. “Embora o SNS tenha tido um trabalho extraordinário, os profissionais de saúde tenham sido incansáveis, na verdade a pandemia está longe de estar controlada”, salientou.

A coordenadora bloquista disse ainda que Portugal não vai voltar ao que era no passado antes da pandemia. “O que estava não vai voltar, nem deve voltar. Não vai voltar, porque não é tão rápido quanto se possa pensar e nós sabemos que uma economia que estava à espera de 30 milhões de visitantes num ano, não vai reaparecer. Não vamos ter 30 milhões de visitantes por ano agora de repente a reaparecerem”, alertou, lembrando que não estava tudo bem.

“Será que os que estão mais frágeis na crise não nos mostram como de facto estávamos num país demasiadamente injusto e, do ponto de vista climático, absolutamente irresponsável?”, questionou.

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