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Esquerda pressiona Macron para taxar lucros na energia

Presidente francês tem recusado a criação de uma nova taxa sobre os lucros excessivos das grandes empresas e juntou-se à restante direita para chumbar a proposta. França Insubmissa não desiste e avançou com uma campanha e petição online.
Jean Luc Mélenchon. Foto publicada na sua página Facebook.

O mais recente comício de Jean-Luc Mélenchon, líder do partido França Insubmissa, foi marcado pelas exigências da esquerda francesa para que o governo de Emmanuel Macron tome medidas mais ambiciosas no combate à crise energética.

O comício de Mélenchon no vale do Ródano teve como foco principal a subida dos preços da energia e a atuação do governo francês. Mélenchon lembrou que muitas grandes empresas estão a “enriquecer vergonhosamente” à custa da crise, defendendo a criação de um imposto sobre os lucros extraordinários registados não apenas no setor da energia, mas também nos restantes.

Embora o governo francês tenha subsidiado preços mais baixos na eletricidade, através da empresa pública EDF, Macron tem recusado a criação de uma nova taxa sobre os lucros excessivos das grandes empresas, à semelhança do governo português. No entanto, este tipo de medidas vai ganhando apoio na Europa e já avançou em países como Itália, Espanha, Reino Unido, Bélgica ou Grécia.

Na semana passada, o presidente francês apelou à Comissão Europeia que criasse “um mecanismo de contribuição para os operadores do mercado energético cujos custos de produção sejam muito inferiores aos preços de venda no mercado”. No entanto, evitou quaisquer referências a termos como “imposto” ou “lucros extraordinários”, o que, para a eurodeputada francesa Manon Aubry (França Insubmissa) é um sinal de que Macron quer “limitar a abrangência e a ambição” da medida.

Em Julho, a esquerda francesa propôs no parlamento a criação de uma taxa de 25% aplicável às grandes empresas cujos lucros dispararam desde o início da crise energética. Contudo, o partido de Macron juntou-se aos Republicanos (direita) para chumbar a proposta. Uma petição online em defesa da proposta conta agora com cerca de 130 mil assinaturas.

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