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“Esperamos que Bruxelas volte a emendar a mão” nas previsões para a economia
Os números divulgados nas previsões económicas de inverno da Comissão Europeia apontam para um crescimento de 1.9% do PIB português em 2019, um valor ligeiramente abaixo da média do crescimento previsto na zona euro e na UE. Em relação às previsões do outono passado, a Comissão revê em alta os valores do crescimento de 2017, que passa para 2.6% - acima da previsão do governo - e também deste ano para 2.2%, alinhando com as previsões de Mário Centeno.
Reagindo a estas previsões de abrandamento do crescimento da economia, o líder parlamentar do Bloco destacou “duas posições que são um pouco contraditórias: em primeiro lugar, diz-nos que poderá haver uma desaceleração da economia nos próximos anos. Mas reconhece que se enganou por baixo nas previsões para o ano atual”.
Lembrando que “várias vezes a Comissão Europeia mostrou o seu ceticismo e pessimismo relativamente às escolhas económicas do nosso país”, sobretudo após o início do novo ciclo político, Pedro Filipe Soares espera que “quando chegarmos aos anos futuros, novamente a Comissão Europeia venha dizer que se enganou, que não acreditou nem na economia portuguesa nem nas políticas que estão a ser desenvolvidas, como aconteceu no ano de 2018, e que venha a emendar a mão como está a emendar no ano de 2018”.
“Não é agora que esta pressão vai levar a que nós mudemos quer as escolhas que temos feito, quer a direção que tem sido percorrida”, prosseguiu o líder parlamentar bloquista, defendendo que é preciso ir mais longe “no que toca à política de redistribuição de rendimentos, valorização de salários e acima de tudo valorização de direitos”. Ou seja, nas políticas que, “como já vimos no passado, têm ajudado a economia”.
Pedro Filipe Soares deixou a promessa de que o Bloco irá insistir ao longo dos próximos meses “em melhorar os direitos das pessoas, porque isso tem influência no seu rendimento, e melhorar o salário das pessoas, porque isso tem influência na economia e no rendimento das pessoas”. Só essas políticas podem “ajudar a que o nosso futuro seja melhor do que aquilo que nos é prognosticado”, concluiu.
No que diz respeito às previsões para o conjunto da zona euro e da UE, as previsões sugerem um ritmo de crescimento semelhante ao português. Em 2017, a previsão aponta para um crescimento de 2.4%, “o maior ritmo da década”. Mas nos anos seguintes Bruxelas prevê uma desaceleração para 2.3% em 2018 e 2% em 2019.
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