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Espanha: Trabalhadores de call center em greve contra precariedade no setor
Os sindicatos acusam a associação patronal ACE (Asociación de Contact Center Española) de bloquear a negociação de um novo acordo coletivo de trabalho, que já se prolonga há 20 meses, e que abrange cerca de 80 mil trabalhadores.
Os salários e a subcontratação por empresas de trabalho temporário (ETT’s) ou as chamadas empresas multisserviços são os principais pontos de discórdia.
Os sindicatos reivindicam que os aumentos salariais sejam reportados a 1 de janeiro, e não à data de assinatura do acordo. Já no que respeita às empresas de subcontratação, as estruturas sindicais querem que os direitos laborais dos seus trabalhadores sejam equiparados aos das empresas-mãe.
A par da greve convocada pela CGT, CCOO e UGT - a primeira paralisação conjunta do setor dos últimos doze anos – tiveram ainda lugar manifestações em Madrid, León, Zaragoza, Barcelona e Corunha.
Segundo os sindicatos, os serviços mínimos aplicados definidos foram, em alguns casos, abusivos. “Uma parte foi acordada, outros foram impostos, em alguns casos de 100%”, assinalou Montserrat Sánchez, das CCOO.
Podemos e Izquierda Unida solidários com luta dos trabalhadores dos call center
Alberto Garzón, da Izquierda Unida (IE), expressou o seu total apoio e solidariedade com a luta dos trabalhadores dos call center, sublinhando que a mesma exemplifica a precariedade que assola o país e “a necessidade de oferecer um projeto sólido à classe trabalhadora”.
A IE destacou ainda que é irónico que, na hora de regular o direito à greve, a atividade dos call center seja considerada “um serviço essencial”, quando a maioria dos seus trabalhadores dificilmente superam um ordenado de 650 euros mensais, e isto se tiverem um contrato a tempo inteiro.
O porta-voz do Unidos Podemos-En Comú-En Marea, Íñigo Errejón, denunciou, por sua vez, que muitos dos trabalhadores de call center tem “condições terríveis de precariedade e e salários muito baixos”.
Errejón, que participou na manifestação de Madrid, acrescentou que o Podemos apoiou a convocatória do protesto não só para apoiar os trabalhadores do setor, mas também porque está consciente de que só se existirem salários dignos e condições de trabalho justas Espanha “sairá da crise com uma recuperação dos direitos perdidos nos últimos anos”.
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