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Escritores protestam contra retirada de prémio a Kamila Shamsie por apoiar povo palestiniano

Através de uma carta aberta intitulada “O direito ao boicote”, centenas de autores contestaram a decisão de Dortmund de retirar a Kamila Shamsie um prémio literário por apoiar o movimento BDS.
Fotografia: commons/wikimedia.org
Fotografia: commons/wikimedia.org

O movimento BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções) é um movimento internacional em prol dos direitos do povo palestiniano, que passa por boicotar, desinvestir e sancionar o Estado de Israel pelos seus múltiplos atropelos aos direitos humanos em relação aos cidadão palestinianoas.

A carta aberta foi publicada esta segunda-feira na London Review of Book. Entre outros, foi subscrita por Arundhati Roy, J.M. Coetzee, Noam Chomsky, Amit Chaudhuri, William Dalrymple, Yann Martel, Jeanette Winterson e Ben Okri. Os historiadores israelitas Avi Shlaim e Ilan Pappe, que já foi entrevista pelo Esquerda.net, também subscreveram esta carta.

Os subscritores dizem-se “consternados” com a decisão de Dortumund de “punir” Kamila Shamsie “por defender os direitos humanos”, retirando-lhe o prémio que lhe fora atribuído dias antes. A carta sublinha ainda que, na Alemanha, “os ataques ao BDS são mais ferozes”, lembrando que o Bundestag, em maio de 2019, aprovou uma moção em que rotulava o movimento como anti-semita.

A carta cita ainda o comunicado de mais de 40 organizações judaicas que sublinham o perigo de confundir racismo anti-judaico com a oposição à política de Israel, assim como ao seu sistema de apartheid, que “mina a luta dos palestinianos pela liberdade, a justiça e a igualdade e a luta global contra o anti-semitismo”, “protegendo Israel de ser responsabilizado segundo os padrões universais dos direitos humanos e do direito internacional”.

“Qual é o significado de um prémio literário que mina o direito de defender os direitos humanos, os princípios da liberdade de consciência e expressão e a liberdade de criticar? Sem isso, arte e cultura tornam-se luxos sem sentido”, pode ler-se na carta.

Pode ver aqui a entrevista que Ilan Pappe deu ao Esquerda.net em 2018.

 

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