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“Enfrentar alterações climáticas e criar emprego com futuro”

Em sessão sobre Europa e Emprego, Catarina Martins e José Gusmão, segundo candidato bloquista às eleições europeias, apontaram que o nosso país e a Europa precisam de uma alteração dos modos de produção e de transporte para responder às alterações climáticas e criar emprego estável.
José Gusmão, segundo candidato do Bloco às eleições europeias, e Catarina Martins - Foto de Paula Nunes
José Gusmão, segundo candidato do Bloco às eleições europeias, e Catarina Martins - Foto de Paula Nunes

Catarina Martins e José Gusmão estiveram esta terça-feira em Viana do Castelo numa sessão sobre Europa e Emprego na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo e visitaram também o Gabinete de Atendimento à Família.

Na sua intervenção, a coordenadora do Bloco de Esquerda começou por afirmar que a legislatura vai até outubro (não havendo eleições antecipadas) e que até lá há muito que trabalhar e decidir.

“Será um tempo de escolhas”, afirmou, assinalando: “se queremos salvar o SNS, como nos pediram António Arnaut e João Semedo, ou se vamos achar que o SNS deve ser para os privados como gostaria o grupo Mello e outros”.

Salientou ainda outras decisões como o código de trabalho, referindo a propósito a extensão do período de trabalho experimental para o primeiro emprego e o agravamento da precariedade que essa medida representará. “Escolhas difíceis que dizem respeito à vossa vida”, sublinhou, introduzindo o tema Europa e Emprego, criticando duas ideias muito difundidas e apontando dois princípios.

Essas duas ideias, muito difundidas e erradas, são: primeiro, que é impossível haver estabilidade no emprego, que isso é coisa do passado e, segunda, que não pode haver pleno emprego, porque a evolução da tecnologia “mata o emprego”.

Catarina Martins defendeu então como primeira questão a necessidade de emprego estável para a produtividade e para a economia, o que exige garantias para a especialização e perspetiva de futuro, nomeadamente progressão na carreira.

A coordenadora bloquista salientou a propósito que a “falta de produtividade não está associada ao trabalhador português, o que a determina é a organização do trabalho” e criticou as ideias de que a “tecnologia mata a hipótese de pleno emprego” e que “novas tecnologias e robotização da produção implicam necessariamente que muita gente vai perder emprego”.

Citou então o setor da agricultura em Portugal, um setor em que a produtividade é tradicionalmente baixa, mas em que nos últimos anos a produtividade cresceu 30%, porém a remuneração do trabalho desceu 11%.

“Tomemos decisões radicais sobre o horário de trabalho para permitir que haja pleno emprego”, apontou Catarina Martins, salientando que se a produtividade for utilizada a favor de quem trabalha, se pode dimuir o horário de trabalho e criar “mais emprego para toda a gente com mais salário”.

Catarina Martins realçou ainda que “está tudo por fazer”, que “temos toda uma economia para reconstruir que pode criar muito emprego e qualificado”, para enfrentar as alterações climáticas.

“O nosso país e a Europa precisam de uma alteração dos nossos modos de produção e de transporte que possa responder às alterações climáticas”, destacou.

José Gusmão explicou a necessidade de responder simultaneamente a um duplo desafio: “enfrentar as alterações climáticas e criar emprego com futuro”.

O segundo candidato bloquista às eleições europeias lembrou a greve climática que tem mobilizado milhões de jovens, sublinhando à urgência de “responder às alterações climáticas”.

O candidato do Bloco de Esquerda criticou duas ideias muito divulgadas, uma a de que “o mercado resolve”, o que considerou ser uma “política do deixa andar” e uma segunda que é “penalizar os consumidores”, ou seja “fazer recair sobre pessoas que já sofrem consequências gerais”, e exemplificou com o caso do plástico, salientando que não resolvem medidas dos consumidores, que são necessárias “medidas fortes para a regulação do privado” e “medidas públicas para mudar a produção”.

Exemplificou a propósito com a “proibição dos plásticos descartáveis” e o estabelecimento do “prazo de 2025 para que não haja mais automóveis a combustíveis fósseis” e apontou a necessidade de políticas públicas para apoiar a transformação da economia em pouco espçao de tempo.

Catarina Martins e José Gusmão visitaram visitaram ainda o Gabinete de Atendimento à Família, como se pode ver no vídeo abaixo:

 

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