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Enfermeiros desafiam governo a negociar contratações

Após a greve de dois dias que contou com 69% de adesão, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses destaca a vitória nas 35 horas e propõe reunião com o governo sobre o plano de contratações.
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Foto Paulete Matos.

“O balanço em termos de adesão à greve foi muito positivo, neste segundo dia subiu ligeiramente, e o balanço global situa-se nos 69%. Em relação aos objetivos, atingimos alguns, quer no caminho para a greve quer no decurso da greve”, disse à agência Lusa Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

A greve de dois dias iniciada às 8h de quinta-feira exigiu uma resposta do governo a 15 pontos que os enfermeiros consideram essenciais para a dignificação e valorização da profissão. Uma das exigências ficou satisfeita no próprio dia da greve: a publicação da regulamentação em lei das 35 horas para os enfermeiros em Contrato Individual de Trabalho. Outras foram sendo respondidas nos dias anteriores á greve, como a assinatura do protocolo negocial de revisão da carreira de enfermagem, a publicação do suplemento remuneratório para os enfermeiros especialistas ou o recuo na intenção de diminuir as competências das Unidades de Cuidados na Comunidade.

Agora, os enfermeiros querem reunir com o governo para assegurar que a passagem às 35 hora “aconteça sem sobressaltos”. Na carta dirigida aos ministros da Saúde e das Finanças, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses solicita uma reunião para discutir o plano de contratação de mais enfermeiros para os hospitais públicos, alertando que os efeitos da atual carência de enfermeiros “se agravará insustentavelmente” com a aplicação das 35 horas aos profissionais com Contrato Individual de Trabalho.

O SEP pretende igualmente ver agilizados os mecanismos de contratação nos casos de ausência temporária de enfermeiros, o pagamento do trabalho extraordinário que ainda se encontra em dívida e a ocupação da totalidade dos 774 postos de trabalho postos a concurso pelas Administrações Regionais de Saúde.

“O trabalho extraordinário é feito e não é pago, o Ministério das Finanças não autoriza a substituição de enfermeiros ausentes por doença profissional e a passagem para as 35 horas vai obrigar à admissão de enfermeiros, caso contrário é mais uma medida que fica no papel e não se concretiza”, alertou Guadalupe Simões.

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