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Enfermeiros de Coimbra obrigados a desempenhar tarefas administrativas

Sindicato dos Enfermeiros Portugueses acusa a administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra de obrigar os profissionais a desempenharem funções administrativas. Já a administração do Centro Hospitalar fala em incentivo ao “espiríto de entreajuda”.
Enfermeiros de Coimbra obrigados a desempenhar tarefas administrativas
Foto de Paulete Matos.

Há enfermeiros do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) que são obrigados a desempenhar tarefas administrativas. Esta é a denuncia feita ontem pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) que acusa diretamente a administração do CHUC.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a Direção Regional de Coimbra do SEP afirmou que a administração daquele Centro Hospitalar, através de uma deliberação comunicada aos trabalhadores na passada sexta-feira, procura obrigar os enfermeiros a desempenhar tarefas de funcionários administrativos durante o período de fora de horas. O comunicado alerta também que os enfermeiros a desempenhar funções em ambulatório estão impossibilitados de fazer o registo clínico no sistema informático.

O sindicato apela também aos enfermeiros para que ignorem as decisões do conselho de administração do CHUC neste sentido.

O sindicato, através do seu dirigente Paulo Anacleto, considera que o CHUC está “a meter a foice em seara alheia”, quando exige que os enfermeiros desempenhem funções que são de outros profissionais.

"Gostava de saber se se põe um funcionário administrativo a fazer uma intervenção cirúrgica. Há papéis e funções atribuídos por lei aos diferentes trabalhadores", vincou o dirigente do SEP à agência Lusa.

Paulo Anacleto afirma que a deliberação da administração do CHUC indica que no período fora de horas os enfermeiros devem registar informações no novo sistema informático, que são procedimentos administrativos.

Na mesma deliberação, os enfermeiros que estão a desempenhar funções de ambulatório passam a estar "impossibilitados do ponto de vista informático" de fazer qualquer registo clínico de enfermagem no sistema, acusa.

"Se alguém quiser analisar o que foi feito há um mês ou há uma semana não tem essa possibilidade", vincou Paulo Anacleto, referindo que esta situação nunca tinha acontecido no passado.

Contactado pela agência Lusa, o CHUC nega as acusações do sindicato. A administração afirma que “não foram exigidos a nenhum grupo profissional que assumisse responsabilidades que fossem exclusivas de outros”. Para o CHUC houve sim um incentivo ao “espiríto de entreajuda indispensável ao sucesso do processo de migração” do sistema informático.

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