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Endesa: “o governo devia ser coerente e fazer o mesmo com outras empresas”

Pedro Filipe Soares entende que o governo deve estar mais vigilante e atuar no que diz respeito aos mecanismos de formação dos preços no sector da energia e da grande distribuição, de forma a evitar abusos que se escondam por detrás da inflação.
Protesto contra a pobreza energética frente à sede da Endesa. Foto de Fotomovimiento/Flickr.
Protesto contra a pobreza energética frente à sede da Endesa. Foto de Fotomovimiento/Flickr.

O presidente da Endesa tinha admitido subidas no preço da eletricidade na ordem dos 40% e, esta terça-feira, o governo reagiu através de um despacho do primeiro-ministro que determina que os serviços do Estado não podem pagar faturas da empresa sem validação prévia pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, que estes devem fazer consultas de mercado a eventuais novos prestadores “que mantenham práticas comerciais adequadas”, face às “ameaças de práticas especulativas nos preços a praticar” pela empresa.

A seguir às declarações do seu presidente, a Endesa emitiu um comunicado em que se compromete a manter os preços até dezembro e a cumprir os compromissos estabelecidos no mecanismo ibérico de energia.

Para o Bloco de Esquerda, o governo deve estar mais vigilante e atuar no que diz respeito aos mecanismos de formação dos preços no sector da energia e da grande distribuição, de forma a evitar abusos que se escondam por detrás da inflação.
Ao jornal Público, Pedro Filipe Soares comenta a decisão do governo considerando totalmente legítimo “olhar para a formação dos preços de eletricidade da empresa e garantir que não há abusos”. Só que “o governo devia ser coerente e fazer o mesmo a outras empresas que estão a usar a inflação para abusar dos preços e isso é visível nos lucros que apresentam”.

O líder parlamentar bloquista exemplifica com os setores da combustíveis e da grande distribuição, nomeadamente Galp, Jerónimo Martins e Continente e declara que o executivo deveria taxar os lucros abusivos.

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