Várias denúncias enviadas ao despedimentos.pt, portal que revela abusos laborais, dão conta que a administração da Janela Digital, uma empresa dedicada ao fornecimento de suporte tecnológico ao sector imobiliário e com instalações em Óbidos, está a recusar aos seus trabalhadores a passagem a teletrabalho.
Esta página indica que “as muitas denúncias” recebidas “relatam a insatisfação e o receio dos trabalhadores, dado que a larga maioria desempenha funções que podem ser realizadas à distância”. De acordo com o despedimentos.pt, “esta imposição é ainda mais injustificável por se tratar de uma empresa de base tecnológica e que, por isso, dispõe dos meios necessários para assegurar o trabalho à distância”. Para além do mais, “esta recusa contraria as disposições legais para combate à pandemia, reforçadas a partir de 15 de janeiro, que preveem a obrigatoriedade do teletrabalho em todos os casos em que é compatível com a atividade desempenhada”.
O portal diz que “este incumprimento é imposto sob chantagem, com o responsável da empresa a afirmar que quem insistir em passar para regime de teletrabalho terá que descontar nos dias de férias a que tem direito”. Recorda-se ainda que no primeiro confinamento “a administração impôs férias forçadas”.
Os relatos chegados àquela página dizem “que o clima de intimidação é constante, com ameaças de despedimento a quem reclama perante os abusos da gerência” e que “o responsável da empresa, valendo-se do seu estatuto no tecido empresarial, usa também a retaliação para inibir as reações dos funcionários, dificultando as ofertas de emprego futuras dos trabalhadores”.
Foram já feitas várias queixas junto da Autoridade para as Condições do Trabalho, que resultaram finalmente numa inspeção no início deste mês de fevereiro. Só que, diz a mesma fonte, “a administração da empresa condicionou os funcionários nas declarações que prestaram aos inspetores, havendo mesmo relatos de situações em que os trabalhadores foram retirados das instalações pelas traseiras”.
A Janela Digital, fundada em 1999 e atualmente instalada no Parque Tecnológico de Óbidos, dedica-se à gestão e desenvolvimento de meios tecnológicos para o sector imobiliário, gerindo, entre outros, o portal Casa Sapo. Tem atualmente cerca de 125 trabalhadores em Óbidos, contando ainda cerca de 30 funcionários numa filial localizada em Badajoz.
