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"Em Portugal, a saúde privada é o negócio de andar com a mão estendida ao Estado"

A coordenadora bloquista sublinhou, a propósito dos dados da economia, que o Bloco disse sempre que “o reforço de salários e pensões era bom para a economia" e apontou a necessidade de maior investimento nos serviços públicos, em particular a Saúde.
Catarina Martins apontou uma estranha situação: "o Ministro da Saúde tem problemas com todos os profissionais de saúde menos com os hospitais e clínicas privadas que dependem do Estado para sobreviver"
Catarina Martins apontou uma estranha situação: "o Ministro da Saúde tem problemas com todos os profissionais de saúde menos com os hospitais e clínicas privadas que dependem do Estado para sobreviver"

Catarina Martins abriu o debate quinzenal com o primeiro-ministro, António Costa, declarando que "os números da economia são boa notícia, e o Bloco não fica surpreendido. Dissemos sempre que o reforço de salários e pensões era bom para a economia".

"Ao contrário, o governo previu números abaixo e travou medidas de recuperação de investimento público". Por isso, a "política de recuperação de salários e pensões comprova agora que poderíamos ter ido mais longe", destacou.

A coordenadora do Bloco de Esquerda abordou de seguida a necessidade de investimento nos serviços públicos, em particular a Saúde. Apesar dos "dois mil novos médicos, e 2800 novos enfermeiros e enfermeiras" no SNS, Catarina Martins relembrou que continuam por abrir os concursos para 640 médicos especialistas.

Mariana Mortágua: Dados da economia alertam governo, de que tem de ir mais longe
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Isto significa que há "700 mil utentes no SNS que ainda aguardam por médico de família, e há 77 médicos especialistas prontos para serem contratados que ainda não o foram". Por isso, pergunta, "afinal quem é que decide a contratação dos médicos? O ministro da Saúde ou o ministro das Finanças?”

Catarina Martins alertou depois para o facto de "os médicos especialistas estarem há dez meses à espera do concurso". Algo que provocou já com que "200 a 300 médicos tenham desistido da espera, emigrando ou indo para o setor privado".

A coordenadora bloquista apontou ainda para uma estranha situação: "o Ministro da Saúde tem problemas com todos os profissionais de saúde menos com os hospitais e clínicas privadas que dependem do Estado para sobreviver".

"Em Portugal, a saúde privada é o negócio de andar com a mão estendida ao Estado", o que constitui um problema, concluiu Catarina Martins: "está a sair dinheiro do SNS para financiar o negócio privado da Saúde.

 

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