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Em Lisboa gritou-se pela liberdade dos presos políticos catalães

Esta terça-feira houve concentrações em várias cidades do mundo protestando contra a repressão do direito à auto-determinação na Catalunha e as pesadas penas a que foram condenados os organizadores do referendo à independência. Presente na concentração de Lisboa, Isabel Pires expressou-se contra a criminalização da opinião política.
Manifestação contra a condenação dos independentistas catalães. Lisboa, Outubro de 2019.
Manifestação contra a condenação dos independentistas catalães. Lisboa, Outubro de 2019. Foto de Mário Cruz/Lusa.

“Presos políticos, liberdade” foi uma das palavras de ordem que se fez ouvir esta terça-feira ao fim da tarde também em Portugal. Lisboa juntou-se assim às mais de 30 cidades que protestaram contra as condenações dos dirigentes políticos e associativos envolvidos na organização do referendo à independência da Catalunha em 2017.

Na Avenida da Liberdade, em Lisboa, os manifestantes mostraram solidariedade para com os presos neste processo e respeito pelo direito à auto-determinação.

Paulo Pereira, da Associação Nacional Catalã, defendeu, em declarações à Lusa que as condenações foram um atentado à liberdade.

Isabel Pires, deputada do Bloco, também esteve presente na concentração. À imprensa, recordou que o Bloco de Esquerda já se manifestou em comunicado e que anteriormente tinha já tomado várias vezes posição, organizado sessões no parlamento, apresentado votos de solidariedade para com os presos catalães, um deles aprovado parcialmente, entre outras iniciativas.

A deputada bloquista reiterou portanto o que o partido tem vindo a dizer: estamos perante “um ataque brutal que está a ser feito aos direitos humanos e direitos políticos” e estas sentenças implicam “criminalizar a participação e a organização de manifestações e, na verdade tudo o que é dissidência política, diferença de opinião está a ser perseguido judicialmente” na Catalunha, acrescenta. Do seu ponto de vista, este processo abre “um precedente grave” para “qualquer pessoa que se manifeste pacificamente para expressar a sua opinião” o que “não deve ser aceite”, ainda para mais no contexto europeu. Pelo que se “existe um problema político para resolver, ele deve ser resolvido pela via política e não judicial.”

Isabel Pires lembrou ainda que esteve na Catalunha durante os últimos dias onde teve a “perceção” de que “as pessoas querem expressar livremente aquilo que sentem e essa expressão é através do voto”. Ou seja, “querem votar sobre a sua vida e tomar uma decisão” seja ela qual for. Sentiu ainda que “a defesa da democracia na Catalunha é muito grande”.

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