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Elétricas espanholas fecham acordo para prolongar central de Almaraz

Iberdrola, Endesa e Naturgy chegaram a acordo para pedirem o prolongamento até 2028 da licença dos reatores da central nuclear mais próxima da fronteira portuguesa.
Manifestação em Cáceres em junho de 2016. Foto esquerda.net

Foram precisas semanas de negociações e a mediação do governo espanhol para que as três empresas que detêm a central nuclear de Almaraz chegassem a acordo para mantê-la em funcionamento para além de 2020, data em que expira a atual licença.

O texto final do acordo prevê que as empresas invistam 400 milhões de euros, um valor que pode chegar aos 600 milhões em caso de necessidade. Se essa necessidade ultrapassar esse montante, as empresas terão de voltar a reunir para decidir se avançam com o investimento.

Segundo o diário El País valor do investimento na central foi o principal ponto da discórdia nas negociações, que puseram de um lado da mesa a Iberdrola (detentora de 53% da propriedade de central) e do outro a Endesa (36%) e a Naturgy (11%). As empresas minoritárias opunham-se a investir mais do que o estritamente necessário, uma vez que isso lhes traria prejuízos na operação da central.  

O prazo para pedir o prolongamento da licença termina no fim de março e o acordo prevê que um dos reatores funcione até 2027 e o outro até 2028. Mas caso o Conselho de Segurança Nuclear venha a exigir entretanto mais investimentos acima do máximo de 600 milhões agora acordados, há uma cláusula no acordo que prevê que as três empresas se voltem a sentar à mesa para decidir o eventual encerramento.

Com este acordo, o governo espanhol mantém a sua meta de encerrar boa parte das centrais nucleares no país até 2035 e os trabalhadores de Almaraz, que se têm manifestado nas últimas semanas contra o encerramento da central, ficam com a garantia de que a atividade económica se prolonga por mais 25 anos, incluindo os trabalhos de pré-desmantelamento e desmantelamento da central após o termo da sua vida útil.

Depois do encerramento de Almaraz, Espanha prevê encerrar em 2029 a central de Ascó, em 2030 a de Cofrentes, em 2033 Ascó II e em 2035 as de Vandellós e Trillo.

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