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Ecologistas pedem demissão da chefe do governo de Madrid

Isabel Díaz Ayuso afirmou que “ninguém morreu” em Madrid por causa da contaminação do ar. Oposição e ecologistas falam em “insulto” e querem que a presidente da Comunidade de Madrid se retrate ou se demita.
Isabel Díaz Ayuso
Isabel Díaz Ayuso. Foto PP - Comunidad de Madrid/Flickr

As declarações acerca dos efeitos para a saúde da contaminação do ar, dadas numa entrevista no dia de Ano Novo da líder do governo regional de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, provocaram reações de indignação e estupefação entre as associações ecologistas e os partidos da oposição. “Não quero que se crie um alarme de saúde pública porque ele não existe”, afirmou a política do Partido Popular aos microfones da Cadena Ser, concluindo que “as pessoas não vão morrer, ao contrário do que é dito muitas vezes”.

Em causa está o retrocesso por parte da nova administração da cidade, liderada pelo PP, nas medidas emblemáticas da anterior gestão da esquerda, como o plano Madrid Central para combater a poluição na capital espanhola. O alargamento das zonas sem tráfego automóvel foi uma das medidas revertidas pelos populares mal chegaram ao poder.

“Enquanto presidente da região onde morrem 14 pessoas por dia por causa da contaminação, Ayuso só pode retificar publicamente ou demitir-se”, afirmou o porta-voz do Más Madrid, partido que integra a anterior alcaldesa madrilena Manuela Carmena.

Por seu lado, a porta-voz da bancada Unidas Podemos - IU - Madrid en Pie, Isa Serra, acusou Ayuso de “insultar milhares de pessoas que morrem por contaminação”. Pelos socialistas, o responsável pela comissão de saúde na Câmara regional, José Manuel Freire, classificou de “terrrível e patética a ignorância e frivolidade” da governante.

Os pedidos de retratação ou demissão vieram também da Associação para a Defesa da Saúde Pública de Madrid, que atribuiu as declarações de Ayuso a “ignorância ou má fé”. “As evidências científicas existentes demonstram sem qualquer dúvida que os elevados níveis de contaminantes na atmosfera são responsáveis pelas numerosas doenças e falecimentos, no mundo, na Europa e na Comunidade de Madrid”, refere a associação, concluindo que “os madrilenos não merecem esta presidente”.

O grupo Ecologistas em Ação também não perdeu tempo a reagir às declarações que considera “gravíssimas”. “A Comunidade de Madrid não pode estar nas mãos de pessoas tão irresponsáveis”, afirmou a associação, acrescentando que com as palavras de Ayuso se podem entender “as decisões anti-Madrid Central do (alcalde) José Luís Martinez-Almeida e a (sua vice) Begoña Villacís à custa da saúde pública”.

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