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"É necessário alterar radicalmente a mobilidade em Lisboa"

No debate da RTP entre candidaturas à Câmara de Lisboa, Beatriz Gomes Dias defendeu que "os utilizadores de bicicleta, os peões e transportes públicos têm de ter prioridade na cidade”.

No debate entre candidaturas à Câmara Municipal de Lisboa, esta quarta-feira na RTP, Beatriz Gomes Dias começou por abordar as conquistas alcançadas pela vereação do Bloco de Esquerda nos últimos quatro anos. “Estamos muito orgulhosas do trabalho feito e satisfeitas com alguns dos resultados alcançados mas há muita coisa a mudar na cidade de Lisboa. A Habitação é uma das dimensões onde menos avanços foram possíveis” devido às posições do PS.

E relembrou que “o acordo só foi possível porque o PS não teve maioria absoluta. E isso foi essencial para ter garantido os manuais escolares gratuitos, refeições de qualidade e sem plástico nas escolas, acesso automático à tarifa social da água. Mudámos o paradigma sobre a forma como as pessoas em condição de sem abrigo são tratadas. Tivemos uma votação que nos deu a força para transformar a vida das pessoas”.

Com o debate a abordar as questões das ciclovias, a candidata bloquista afirma que “é muito importante alterar radicalmente a mobilidade em Lisboa. Para isso, é necessário um investimento robusto nos transportes públicos”, de forma a garantir que são “fiáveis, que chegam a hora e que sejam gratuitos”. Uma proposta que considera realista porque “o que queremos fazer é mudar a forma como as pessoas se deslocam na cidade de Lisboa. Garantir que os transportes públicos sejam a solução para a mobilidade na cidade”.

“Não podemos continuar a achar que não temos de transformar a mobilidade na cidade. É fundamental criar condições para o uso da bicicleta. Dar conforto e segurança para os peões. Os utilizadores de bicicleta, os peões e transportes públicos têm de ter prioridade na cidade”.

Questionada sobre alterações climáticas e o contributo dos carros para as emissões de carbono, Beatriz Gomes Dias considerou que “não podemos continuar neste discurso negacionista das alterações climáticas. É sabido que grande parte das emissões são geradas nas cidades. Entram por dia 500 mil carros na cidade. Não podemos continuar a achar que isto não um efeito grave na qualidade do ar que contribui negativamente para as alterações climáticas”.

Por isso, diz, “é fundamental reduzir os carros que entram na cidade, garantindo alternativas ao uso do carro. Precisamos de garantir o conforto e segurança para as pessoas andarem a pé. Precisamos de alterar a forma de produção de energia na cidade”.  

Por outro lado, “os edifícios municipais podem ter outras formas de produção de energia alternativas. Precisamos de vias cicláveis para incentivar o uso da bicicleta. Não podemos é continuar a achar que negando a realidade, ela não existe. Muito do que estes argumentos fazem é que não há nada a fazer”.

Por fim, abordou ainda a interculturalidade na cidade. “Lisboa é uma cidade intercultural há vários séculos. Alterar a identidade de Lisboa é negar essa cidade. Precisamos garantir que a cidade reconhece a sua diversidade”.

Beatriz terminou o debate sintetizando que “o objetivo do Bloco de Esquerda é continuar o trabalho que fizemos ao longo destes quatro anos. Lisboa é uma cidade extraordinária mas também muito desigual e injusta. Temos de corrigir estas desigualdades de uma cidade que está muito centrada nos negócios e não nas pessoas. A nossa experiência de vereação nestes quatro anos deu-nos provas do trabalho que precisa de ser feito, nomeadamente para garantir casas públicas que as pessoas consigam pagar e não parcerias público-privado que não garantem casas a preços acessíveis”.

 

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