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“É importante discutir os estrangulamentos da nação”

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda destaca “os estrangulamentos da nação”, que “restringem as escolhas democráticas”, nomeadamente a dívida pública e o défice, na antecipação do debate do Estado da Nação, que tem lugar esta sexta-feira no parlamento.
Pedro Filipe Soares destaca que os "estrangulamentos da nação" restringem as "escolhas democráticas" - Foto de Nuno Veiga/Lusa (arquivo)
Pedro Filipe Soares destaca que os "estrangulamentos da nação" restringem as "escolhas democráticas" - Foto de Nuno Veiga/Lusa (arquivo)

Em declarações à agência Lusa, Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, afirma: "Acreditamos que é importante discutir, neste momento, os estrangulamentos da nação, que já vêm de trás, mas continuam a ser os pontos fulcrais que nos restringem as escolhas democráticas".

Pedro Filipe Soares aponta, em primeiro lugar, a “dívida pública”, lembra que “sobre este ponto fundamental em que PS e Bloco de Esquerda até tiveram um grupo de trabalho que chegaram a conclusões comuns”, mas tem sido “muito desvalorizado pelo governo”, “está na raiz de muitas discussões” e “do nosso ponto de vista, é um dos estrangulamentos da nação”.

O líder parlamentar do Bloco de Esquerda, aponta, em segundo lugar, “a forma como os tratados europeus devido à nossa dívida pública também restringem o nosso défice”, sublinhando que "apesar de o Governo português reconhecer que os tratados deviam ser bastante diferentes", "esse estrangulamento" mantém-se.

"Por um lado, há compromissos assumidos pelo Governo que nunca foram materializados. A dívida pública nunca foi discutida a nível europeu como o próprio Governo se tinha comprometido com o Bloco de Esquerda a fazer. O tratado orçamental nunca foi questionado à escala europeia como o Governo disse que iria fazer", salienta ainda Pedro Filipe Soares.

Passos positivos”

Questionado se, em relação a 2015, o país está melhor, Pedro Filipe Soares afirma: “Há matérias onde demos passos positivos. Não demos foi os passos necessários para chegar a bom porto devido aos tais estrangulamentos e a escolhas políticas por parte do Governo”.

O líder parlamentar do Bloco cita os avanços relativamente à situação dos trabalhadores precários, mas, em relação às alterações à legislação laboral, critica o Governo que “está a preferir negar a expectativa que existia para dar a mão aos patrões e fazer a manutenção de todas as maldades para os trabalhadores, com a mão da direita, de PSD e CDS".

Aponta também, que "não há o investimento na saúde que deveria existir por causa de o Governo colocar o Tratado Orçamental e metas europeias à frente da necessidade de responder aos problemas de saúde das pessoas”.

“Ainda não fizemos o suficiente e, por isso, muitos dos problemas estruturais do Serviço Nacional de Saúde mantêm-se, apesar de termos tido passos positivos para caminhar para soluções", realça.

"No que toca à escola pública, vemos a mesma situação. Conseguimos reforçá-la, mas, fruto das tais regras orçamentais e da dívida pública, que advêm das pressões de Bruxelas, é o próprio Governo que está a agora trazer o caos, entrando numa guerra fútil com os professores", salienta também o líder parlamentar do Bloco de Esquerda.

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