"Não há nada a impedir que a Grécia tenha sucesso, exceto, por vezes, má política e essa má política criou muitos problemas para a situação grega", afirmou o ex presidente da Comissão Europeia Durante uma entrevista à BBC.
Durão Barroso adiantou que “as dúvidas voltaram" com o executivo do Syriza. "Antes das eleições esperávamos um crescimento da economia e agora é uma pena que depois de todos os esforços a Grécia morre na praia", frisou.
“Devemos lembrar-nos que há países mais pobres que estão a emprestar dinheiro à Grécia, por isso propor um perdão parcial na sua dívida receberia certamente um não desses seus parceiros”, disse ainda.
O ex primeiro-ministro questionou por que a razão “a Grécia não segue o caminho de Portugal ou da Irlanda?", referindo que “esses países implementaram com sucesso programas de ajustamento".
Segundo Durão Barroso, a Comissão Europeia fez tudo para “evitar a saída da Grécia do euro, mas também para evitar o efeito de contágio noutros países".
"A bolsa está basicamente no campo da Grécia", afirmou, defendendo que “não foi a Alemanha ou os outros países da União Europeia que criaram os problemas nas Grécia”.
Sobre uma eventual saída da Grécia do euro, o antigo líder da Comissão Europeia assinalou que esta não deverá afetar Portugal.
"Agora os mercados estão mais confiantes nos países da periferia. Acredito que hoje não vai haver o mesmo tipo de problema se houvesse uma saída da Grécia do euro", destacou, acrescentando que "não teria um grande efeito no sistema financeiro através dos bancos porque a maior parte dessa dívida é pública, também do BCE [Banco Central Europeu] ou do FMI [Fundo Monetário Internacional]".