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Dois terços dos alunos do 1º Ciclo não têm computador

O smartphone é o dispositivo informático mais disponível para os alunos do 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico acederem ao ensino à distância. A grelha das aulas complementares através da RTP Memória já está disponível.
ensino à distância
Fotografia de henrybloomfield/flickr.com

Os alunos do Ensino Básico vão completar o ano letivo através de ensino à distância, conforme anunciou o primeiro-ministro António Costa na passada quinta-feira.  O centro das suas atividades letivas continuará a ser o acompanhamento à distância pelos seus professores, através das plataformas escolhidas por estes. O que normalmente significa o uso de meios informáticos. A partir de dia 20 de abril, terão também disponíveis conteúdos programáticos através da RTP Memória, mas o Governo decidiu que essas aulas via televisão são apenas complementares.

Durante as últimas duas semanas do segundo período, apenas 55 por cento dos alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico terão tido ensino à distância, de acordo com com uma sondagem realizada pela Universidade Católica Portuguesa com o apoio do Público e da RTP. A não inclusão no ensino à distância de uma parte significativa dos estudantes do 1º Ciclo (sugerida por esta sondagem) pode resultar das dificuldades de adaptação imediatas, que podem entretanto ser ultrapassadas com o início do terceiro período no dia 14 de abril. Porém, há outros dados que apontam obstáculos a superar pelo ensino à distância: o acesso a material informático e à Internet.

De acordo com a sondagem, apenas 34% dos alunos do 1º Ciclo têm acesso a um computador para fazer os seus trabalhos, 50% têm acesso a um tablet e 19% a um smartphone. No 2º e no 3º ciclos, o equipamento mais disponível é o smartphone: cerca de 80 por cento dos inquiridos têm smartphone (2º Ciclo 83%; 3º Ciclo 84%), cerca de 50 por cento têm acesso a computador (2º Ciclo 56%; 3º Ciclo 58%)  e cerca de 30 por cento tablet (30% e 36% respetivamente).

Em Lisboa, um quarto dos estudantes do 1º ciclo não têm acesso a computador ou internet o que levou o vereador da Educação Manuel Grilo a propor o investimento de 1,5 milhões de euros em computadores e routers. Contudo, não há garantias que todos os municípios ponham em ação programas semelhantes. E há muitas casas sem computadores e outras nas quais o único computador existente está já ocupado com o teletrabalho ou o estudo de outros elementos da família.

A grelha com de conteúdos pedagógicos #EstudoEmCasa que será emitida pela RTP Memória pode ser consultada aqui. Os conteúdos #EstudoEmCasa vão ocupar este canal entre as 09h às 17h50 com blocos sucessivos de meia hora dedicados a conteúdos de uma ou mais disciplinas do currículo e agrupados por anos letivos (1.º e 2.º anos, 3.º e 4.º anos, 5º e 6.º anos, 7.º e 8.º anos, e 9.º ano). A  RTP 2 transmitirá conteúdos para crianças da Educação Pré-escolar (dos 3 aos 6 anos).

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