Está aqui
Diretores dos centros de saúde de Madrid demitem-se em bloco

As "marés brancas", como se intitulam as manifestações em defesa da Saúde pública em Madrid, têm juntado milhares de pessoas nos últimos meses. "A Saúde não se vende, defende-se" é a palavra de ordem mais repetida nestes protestos contra a Lei das Medidas Fiscais que pretende entregar a privados a gestão de seis hospitais e 27 centros de saúde.
Esta terça-feira, as equipas de direção de mais de metade dos centros de saúde de Madrid (137 em 260) cumpriram a promessa de apresentarem a carta de demissão dos seus cargos após a aprovação da lei. Desde essa altura, não tem sido possível preencher as vagas dos que entretanto se demitiram ou saíram do cargo por outros motivos, dada a falta de candidatos. Há ainda mais três mil profissionais de saúde que assinaram a petição a recusar serem nomeados para substituir os demissionários, caso avance mesmo a privatização prevista pelo governo de Madrid.
Os médicos e enfermeiros falam em colapso da organização do sistema de saúde caso chegue o momento da saída em massa dos dirigentes e dizem que esta ação de luta é um meio de pressão para forçar a abertura de diálogo com a Comunidade Autónoma de Madrid, cujo conselheiro para a Saúde é também dirigente do Partido Popular. A Plataforma de Equipas Dirigentes dos Centros de Saúde já propôs um projeto de autonomia dos centros de saúde, mas o executivo não o quis discutir e avançou para o modelo privatizador.
"Não nos dão nenhuma alternativa e não temos nada a perder. No momento em que me disserem que o meu centro de Saúde foi externalizado, desaparece o meu papel como dirigente e como médico e não podemos ficar parados à espera dessa decisão", disse ao site publico.es o porta-voz da Plataforma, Paulino Cubero.
Adicionar novo comentário